sábado, 13 de dezembro de 2025
Ver Roberto Carlos na Área VIP custa 5 vezes mais que ingresso do jogo do Flamengo que não aconteceu aqui
13/07/2025 05:59
Redação ON Reprodução

Para assistir Roberto Carlos de perto no show de aniversário de João Pessoa será preciso desembolsar até R$ 2.200 — quase cinco vezes mais do que custaria o ingresso mais caro para o jogo entre Botafogo-PB e Flamengo, pela Copa do Brasil, que acabou não acontecendo na capital.

Ambos os eventos envolvem ídolos nacionais e grande expectativa popular. Mas, nos dois casos, o acesso privilegiado ficou restrito a quem pode pagar. No futebol, aquele jogo do Flamengo, dia 1º de maio, começou com ingressos entre R$ 300 e R$ 500 no Almeidão, o que gerou forte reação da torcida. A saída do Botafogo foi radical: vendeu o mando de campo por R$ 6 milhões e levou o jogo para São Luís, deixando os paraibanos sem a chance de ver o Mengão.

Já no caso do show, que será realizado no Busto de Tamandaré no dia 5 de agosto, a entrada será gratuita — mas só para quem se contentar com a visão de longe. As áreas VIPs, organizadas por uma empresa privada em parceria com a prefeitura, terão mesas e cadeiras numeradas, com preços entre R$ 300 e R$ 2.200. O modelo de “cessão onerosa”, que tem se espalhado pelos grandes eventos da Paraíba, alivia os cofres públicos, mas cria divisões sociais visíveis — inclusive à beira-mar.

O modelo adotado é cada vez mais comum na Paraíba. A prefeitura abre mão de gastar e entrega a realização a uma empresa privada, que explora financeiramente o evento. Não há ilegalidade, nem imoralidade. Eventos com o São João de Campina Grande e outras cidades do Estado também adotaram esse formato.

Segundo a gestão municipal, a parceria com o setor privado vai gerar uma economia de até R$ 2 milhões para os cofres públicos. Mas o efeito colateral é inegável: uma segmentação do público, onde a melhor vista depende do quanto se pode pagar.

É verdade que ninguém será impedido de assistir ao show. A praia continua pública, o acesso continua livre. Ainda assim, os cercadinhos pagos viram protagonistas. A lógica do espetáculo é a mesma: se quiser conforto e exclusividade, pague. Caso contrário, aceite a distância.

O povo ama Roberto Carlos. Ama o Flamengo. Mas tem sido empurrado para as bordas — não por falta de paixão, mas por falta de grana.

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