O vice-governador da Paraíba, Lucas Ribeiro (PP), é apontado como o virtual candidato à sucessão de João Azevêdo em 2026. A saída do atual governador, prevista para a metade do próximo ano, deveria abrir caminho tranquilo para o aliado natural. Mas, na prática, o cenário está longe de ser pacífico.
Antes mesmo de mirar a oposição, Lucas precisa lidar com disputas internas. Cícero Lucena, prefeito de João Pessoa e o nome mais bem avaliado nas pesquisas, aparece como um adversário silencioso dentro do grupo. Além dele, o presidente da Assembleia, Adriano Galdino, cobra espaço com agressividade e não esconde mágoas por não ter sequer sido avaliado como opção para 2026.
Fator Efraim
Para complicar, a disputa se estende ao campo partidário. União Brasil e Progressistas formaram a Federação União Progressista, um dos maiores conglomerados políticos do país. Mas, segundo reportagem da Folha de São Paulo desta terça-feira (19), o comando da federação na Paraíba só será definido em abril do próximo ano — ou seja, em oito meses. Lucas gostou do adiamento porque terá mais tempo para montar sua estratégia.
Efraim Filho também parece ter gostado. Para ele, a federação deve escolher, no momento oportuno, um candidato alinhado ao projeto nacional, que já se coloca em oposição ao governo Lula. “O Estatuto prevê a decisão em 2026 para avaliar qual projeto político é mais viável. E também qual está mais alinhado ao projeto nacional, que deixa claro: é de oposição ao governo federal. Quem pode fazer esse movimento na Paraíba sou eu”, afirmou o senador.
A fala reforça o abismo político que separa Lucas Ribeiro de Efraim. Enquanto o senador aposta em oposição frontal a Lula, Lucas e João Azevêdo seguem fiéis ao presidente, o que torna quase impossível uma conciliação no mesmo palanque.
Para que tenha uma ideia desse posicionamento nacional, nesta terça-feira (19), em Brasília, após a cerimônia de formalização da federação União Brasil e Progressistas, o presidente do PP, Ciro Nogueira, afirmou que o desembarque do governo Lula está próximo.
O partido comanda o Ministério do Esporte, com André Fufuca. O senador Ciro Nogueira disse que considera um constrangimento ainda ter um nome do partido na Esplanada dos Ministérios.
“Agora, o que nos constrange hoje é a presença de membros do nosso partido, com cargos no governo. E isso eu defendo que isso seja proibido, terminantemente. Mas isso tem que ser uma deliberação dos dois partidos. Se dependesse de mim, o Fufuca não teria nem entrado”, afirmou.
Mas, neste mesmo evento, Ciro Nogueira celebrou o nome de Lucas Ribeiro como “futuro governador da Paraíba”. Isso pressupõe que o vice-governador não vai dar palanque para Lula na campanha de 2026.
