sábado, 13 de dezembro de 2025
Sucessão estadual esquenta com recados públicos e articulações nos bastidores
10/06/2025 05:50
Redação ON Reprodução

O jogo da sucessão para 2026 ainda está no campo das palavras, mas os movimentos já são visíveis — e, para quem observa com atenção, também bastante contraditórios.

O governador João Azevêdo (PSB) deu o recado: seu vice, Lucas Ribeiro (PP), deve começar a se preparar para assumir o comando da Paraíba. Disse isso de forma direta, embora em tom informal, na última sexta-feira (7), durante um evento ao lado da senadora Daniella Ribeiro — mãe de Lucas. O recado reacendeu uma pergunta que circula nos bastidores há meses: será Lucas o escolhido do grupo governista para encabeçar a chapa em 2026?

Se depender da própria mãe, parece que sim. Daniella declarou que não disputará a reeleição ao Senado caso o filho entre na corrida pelo governo. Um gesto calculado, que o presidente da Assembleia, Adriano Galdino (Republicanos), fez questão de elogiar publicamente. Disse que é um ato de maturidade política, que ajuda a consolidar uma chapa unificada.

Mas aí está o contrassenso: o mesmo Galdino, que tem insistido para que o Republicanos tenha protagonismo na chapa majoritária, agora aplaude um gesto que fortalece… a ala rival. Afinal, se Daniella sai da disputa para abrir caminho a Lucas, a quem ela está favorecendo senão ao PP e ao PSB, partidos já bem posicionados no tabuleiro do governador?

Enquanto isso, o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), corre por fora — ou talvez por dentro — e segue com sua campanha informal pelos quatro cantos do estado. Está bem nas pesquisas e já deixou claro que está apenas começando. Dá recados, faz gestos, marca território.

No fim das contas o que se vê – como já foi dito aqui –  é um jogo embaralhado. João Azevêdo sinaliza, mas não confirma. Daniella abre mão, mas por estratégia. Galdino elogia o movimento que o tira do protagonismo que tanto reivindica. E Cícero, aos poucos, ocupa espaços que ainda nem foram oficialmente abertos.

A dúvida está lançada: quem será o herdeiro político de João Azevêdo? O eleitor assiste a esse xadrez silencioso e tenta entender o que é real, o que é encenação e o que, de fato, está sendo costurado por trás das cortinas.

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