Em tempos de pré-campanha velada, até uma foto sorridente pode esconder mais do que revela. Foi o caso do encontro realizado nesta quarta-feira (16), em Brasília, entre o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), e os deputados federais Aguinaldo Ribeiro (PP) e Mersinho Lucena (PP). Todos posaram para as redes sociais com mensagens de otimismo e unidade em torno do projeto político do governador João Azevêdo (PSB). Mas quem acompanha os bastidores sabe: o clima está longe de ser tão pacífico quanto aparenta.
Hugo Motta escreveu que o grupo liderado por João Azevêdo “está unido pela Paraíba”. Já Cícero Lucena destacou que o encontro serviu para “discutir a conjuntura política do estado” e que o grupo segue debatendo “o melhor nome para disputar o governo em 2026”. Palavras cuidadosamente escolhidas para manter as aparências.
A verdade é que, dentro da base governista, há ao menos três pré-candidaturas colocadas para a sucessão de João Azevêdo: a do próprio Cícero Lucena, a do vice-governador Lucas Ribeiro (PP) e a do presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino (Republicanos). Todos nomes fortes, com articulação, votos e ambição.
O problema é que, ao fim, apenas um será escolhido — e o governador terá de tomar essa decisão. Quando isso acontecer, inevitavelmente dois desses aliados importantes ficarão insatisfeitos. E, com egos em jogo e palanques se formando, o risco de rompimento é real. A foto publicada hoje tenta mostrar que está tudo bem. Mas basta um movimento em falso para a unidade virar poeira.
Por ora, segue o jogo de cena. Mas ninguém duvida que, quando o relógio de 2026 bater mais alto, o sorriso da foto pode dar lugar a uma nova disputa pelo protagonismo.