sábado, 13 de dezembro de 2025
Revista aponta as famílias que mandam no Brasil, e inclui os Cunha Lima entre as oligarquias políticas
19/05/2025 05:06
Redação ON Reprodução/montagem

Uma postagem neste fim de semana do perfil da Valete (@valeteplus), que se intitula como “A Primeira Revista de Direita do Brasil”, com pouco mais de 20 mil seguidores no Twitter/X, viralizou ao trazer à tona um tema sensível e recorrente na política brasileira: o poder das famílias tradicionais. A publicação, que já ultrapassou 1,8 milhão de visualizações, inicia um fio sobre “as famílias políticas mais poderosas do país”, ilustrado com figuras como Ciro Gomes, Jader Barbalho, Antônio Carlos Magalhães, Rodrigo Maia, Flávio Dino, Ronaldo Caiado e Eduardo Campos.

Mais de 1,8 milhões de views

O conteúdo levantou uma reflexão incômoda: vivemos, de fato, em uma democracia federativa, ou seguimos sob uma versão moderna das antigas capitanias hereditárias, onde o poder político é passado de geração em geração dentro de determinadas dinastias?

Entre as famílias citadas, está uma das mais influentes da Paraíba: os Cunha Lima. De Campina Grande para o cenário estadual e nacional, o sobrenome está associado a cargos de prefeito, deputado estadual, deputado federal, senador e duas vezes governador, com Ronaldo e Cássio Cunha Lima.  

A postagem destaca que o clã Cunha Lima reúne gerações com forte atuação política. Ivandro, Ronaldo, Cássio, Pedro, Ronaldo Filho, Bruno, Arthur e outros membros ocuparam (ou ainda ocupam) espaços centrais no poder público paraibano. A genealogia política foi inclusive destacada em um infográfico postado na mesma thread da revista Valete, junto às demais famílias.

Infográfico do clã Cunha Lima

O objetivo da Valete certamente não foi o de desmerecer trajetórias, mas de provocar um debate necessário: até que ponto a política brasileira se renova de fato? E quais os impactos dessa permanência das elites tradicionais sobre a representatividade e a democracia?

O Norte Online tentou ouvir a opinião do ex-governador e senador Cássio Cunha Lima sobre essa discussão, mas ele preferiu não falar: “Peço a sua compreensão, mas não tenho falado de política. Agradeço a gentileza do contato”, argumentou.

Novas oligarquias em construção

Isso não está na postagem viral da revista Valete, mas o Brasil de hoje assiste ao surgimento de novas famílias empenhadas em transformar o poder em dinastia. O caso mais emblemático é o da família Bolsonaro. Para as eleições de 2026, há a expectativa de que Jair Bolsonaro – inelegível até 2030 – tente garantir em algum lugar do Legislativo pelo menos cinco membros da família: a ex-primeira-dama Michelle, os filhos Flávio, Carlos, Eduardo e até Jair Renan, o caçula, que deve disputar vaga na Câmara dos Deputados.

Na Paraíba, o movimento segue a mesma lógica, e o exemplo também vem de Campina Grande – cujo potencial na política supera até a capital João Pessoa. A família Ribeiro atua para consolidar uma hegemonia local com projeção estadual. Aguinaldo Ribeiro (PP), deputado federal e principal articulador do grupo, quer garantir a reeleição da irmã, senadora Daniella Ribeiro, e lançar o sobrinho Lucas Ribeiro, atual vice-governador, como candidato ao governo do Estado.

Então é isto!

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