O Brasil possui uma história marcada por diversas tentativas de golpes de Estado que, embora fracassadas, deixaram cicatrizes profundas em sua trajetória política. O jornalista Felipe van Deursen, em artigo para a BBC News Brasil, relembra quatro desses episódios que moldaram o país.
Em 1935, a Intentona Comunista visava instaurar um regime socialista no Brasil. Liderada por militares descontentes e membros do Partido Comunista Brasileiro, a revolta foi rapidamente sufocada pelas forças governamentais, resultando em prisões e execuções.
O ano de 1955 testemunhou a tentativa de impedir a posse de Juscelino Kubitschek, eleito democraticamente. Setores militares, insatisfeitos com o resultado das urnas, articularam um movimento para barrar sua ascensão ao poder. Contudo, a legalidade foi mantida, e Kubitschek assumiu a presidência.
Em 1961, após a renúncia de Jânio Quadros, seu vice, João Goulart, enfrentou resistência para assumir o cargo devido a suspeitas de inclinações comunistas. A crise culminou na adoção do parlamentarismo como solução temporária, permitindo que Goulart governasse com poderes reduzidos.
Já em 1964, um golpe militar depôs João Goulart, instaurando uma ditadura que perduraria por 21 anos. Embora bem-sucedido, houve tentativas posteriores de reverter o regime, como o movimento de 1965 liderado por oficiais insatisfeitos, que acabou fracassando.
Esses eventos evidenciam a constante tensão entre forças políticas e militares na história brasileira, ressaltando a importância da vigilância democrática para prevenir retrocessos institucionais.