A estreia do Botafogo-PB na terceira fase da Copa do Brasil, contra o Flamengo, pode ter um desdobramento fora das quatro linhas: o Procon de João Pessoa vai notificar a SAF do clube para prestar esclarecimentos sobre os altos preços dos ingressos definidos para a partida de ida, marcada para o feriado de 1º de maio, às 20h, no Estádio Almeidão.
Os valores — que variam de R$ 300 a R$ 500 — geraram forte repercussão negativa nas redes sociais e levantaram o debate sobre o limite do poder econômico dos clubes frente ao direito do consumidor. Segundo o Procon, a notificação se baseia no princípio da razoabilidade previsto no Código de Defesa do Consumidor (CDC), que considera prática abusiva a elevação de preços sem justa causa, especialmente em situações que envolvem prestação de serviços essenciais ou de interesse coletivo, como é o caso de grandes eventos esportivos.
O Procon não pode obrigar diretamente a SAF do Botafogo a reduzir os preços. O órgão atua no campo administrativo: ele pode solicitar explicações, recomendar ajustes e, caso entenda que houve abusividade, aplicar sanções como multas administrativas. Se houver resistência do clube e indícios de prática ilegal, o Procon pode ainda encaminhar o caso ao Ministério Público para medidas judiciais, que aí sim poderiam culminar numa ordem para reajustar os valores.
Portanto, a notificação do Procon é uma primeira etapa de pressão, baseada no CDC. Ela pode resultar em um acordo para baixar os preços, mas, se o Botafogo resistir, o processo pode avançar para esferas mais pesadas, envolvendo multa e até ações civis públicas.
Venda dos ingressos
A venda dos ingressos será feita por meio da plataforma Futebol Card. Os setores e valores são os seguintes:
• Arquibancada Oeste (Sombra – torcida do Botafogo-PB): R$ 300,00
• Arquibancada Leste (Sol – torcida do Flamengo): R$ 400,00
• Setor Visitante (Sol): R$ 400,00
• Cadeiras Numeradas (Central): R$ 500,00
Além do jogo de ida no Almeidão, o confronto terá seu desfecho no Maracanã, no dia 21 de maio, às 21h30. A expectativa é de casa cheia, tanto na Paraíba quanto no Rio de Janeiro, mas o imbróglio sobre os preços pode forçar uma reavaliação da política de comercialização antes da bola rolar.