A prefeita de Bayeux, Tacyana Leitão (PSB), resolveu anunciar o pagamento da segunda parcela do 13º salário dos servidores de um jeito pouco tradicional. Em vez de uma coletiva ou postagem formal, preferiu gravar um vídeo se jogando no Rio Paraíba, comemorando como se tivesse acabado de inaugurar uma obra monumental.

No áudio que acompanha o mergulho — e que viralizou — a prefeita aparece rindo, vibrante, gritando palavras de entusiasmo enquanto cai na água. A alegria é real: Tacyana parecia celebrar uma conquista rara, inédita, quase épica.

Mas não era.

O que a prefeita apresentou como “feito histórico” é, na verdade, apenas o cumprimento de uma obrigação que todos os gestores brasileiros realizam anualmente desde a criação do 13º salário. Em Bayeux, no Brasil inteiro, prefeitos pagam o benefício ano após ano sem precisarem se lançar em nenhum rio para avisar.

Claro, do ponto de vista de engajamento, a estratégia deve ter funcionado. O vídeo circulou bem, chamou atenção e certamente agradou aos marqueteiros da gestão. Do ponto de vista administrativo, porém, continua valendo a regra simples: pagar o 13º não é um bônus, não é um favor e definitivamente não é um marco histórico.

A prefeita estava feliz, sem dúvida. Mas celebrou o que qualquer gestor minimamente responsável faria — com ou sem mergulho.