A crise entre a advocacia e o Banco do Brasil ganhou um novo capítulo nesta segunda-feira (18). O Conselho Federal da OAB avalia entrar com processo contra a presidente do banco, a paraibana Tarciana Medeiros, após declarações em que ela afirmou estudar acionar judicialmente advogados que orientam produtores rurais a pedir recuperação judicial.
Natural da Paraíba e primeira mulher a comandar o Banco do Brasil em mais de dois séculos de história da instituição, Tarciana deu a declaração na última sexta-feira (15), durante entrevista coletiva. Segundo ela, “nosso jurídico está analisando os escritórios que estão orientando de forma ostensiva contra o Banco do Brasil e avaliando a possibilidade de acioná-los judicialmente”.
A reação da OAB foi imediata. A entidade classificou a posição como “inaceitável” e anunciou que, caso a medida se confirme, utilizará “todos os recursos disponíveis para defender as prerrogativas da profissão e adotará as medidas judiciais cabíveis contra a dirigente”. Para a Ordem, não se pode admitir que “em pleno 2025, uma integrante do primeiro escalão do governo, líder de um dos maiores bancos do país, tente criminalizar o exercício legítimo da advocacia”.
Em resposta, o Banco do Brasil afirmou respeitar o papel da advocacia e disse que combate apenas “práticas inadequadas de alguns profissionais”, que segundo a instituição sobrecarregam o Judiciário e prejudicam produtores rurais. O banco acrescentou ainda que já procurou a própria OAB para tratar do tema.