sábado, 13 de dezembro de 2025
Nikolas desconfia que está sendo usado por Hugo Motta, que vive cerco entre Planalto e oposição
03/07/2025 05:21
Redação ON Reprodução


Mesmo torcendo para assumir a relatoria da CPMI do INSS, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) desconfia, nos bastidores, de estar sendo usado como peça de barganha pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), numa disputa estratégica com o governo Lula. A insatisfação do bolsonarista é contida, quase sussurrada, mas real: interlocutores afirmam que ele teme virar “moeda de troca” nas mãos de Motta, que estaria usando seu nome apenas como elemento de pressão política.

Segundo aliados do deputado mineiro, Motta teria propagado a possibilidade de indicá-lo como relator da CPI mista apenas para ganhar força em negociações com o Palácio do Planalto. O gesto, se confirmado, colocaria Nikolas em posição delicada: embora tenha apoio interno no PL, especialmente do líder da bancada, Sóstenes Cavalcante (RJ), o parlamentar avalia que suas chances reais de ser indicado diminuem diante do jogo de forças em curso.

Para Sóstenes, o peso digital de Nikolas seria decisivo para neutralizar o provável presidente da CPMI, o senador governista Omar Aziz (PSD-AM), que é pré-candidato ao governo do Amazonas em 2026. A leitura entre bolsonaristas é de que Aziz temeria enfrentar a artilharia digital do mineiro durante os trabalhos da comissão.

“Apoio” de Gleisi

Enquanto isso, Hugo Motta atravessa um turbilhão político. Após liderar a articulação no Congresso que derrubou o decreto de aumento do IOF, desafiando diretamente o Palácio do Planalto, o presidente da Câmara passou a ser alvo de críticas intensas nas redes sociais. Nesta quarta-feira (2), a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, saiu em sua defesa. Sem citar diretamente o impasse com Nikolas, Gleisi condenou os ataques “pessoais e desqualificados” contra Motta e tentou baixar a temperatura: “Debate, divergência e disputa política fazem parte da democracia, mas isso não autoriza a deslegitimação das pessoas”, disse.

A movimentação da ministra foi interpretada como um aceno ao líder do Republicanos, que, mesmo abrigando nomes alinhados ao governo, tem se posicionado de forma crítica em pautas econômicas. Procurado, Hugo Motta não comentou o episódio envolvendo Nikolas nem respondeu às declarações da ministra. O espaço segue aberto.

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