O deputado federal Cabo Gilberto (PL-PB) fez uma declaração incisiva nesta quinta-feira (24), à Rede Mais de Rádios, ao comentar a resistência do presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em pautar o requerimento de urgência para o projeto que prevê anistia aos réus dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

“A gente vai sentar e discutir o que o líder vai fazer. Mas tenha certeza absoluta que isso não vai ficar barato”, afirmou Cabo Gilberto, reforçando a pressão do PL — maior bancada da Casa — para que o projeto vá ao plenário.

Segundo o deputado, há um entendimento de que a votação precisa acontecer “de forma soberana” e que a decisão cabe ao plenário, não à presidência da CCJ. “Se a gente perder no voto, eu não falo mais nesse assunto, porque vai ser uma resposta do plenário da Câmara, que representa os mais de 200 milhões de brasileiros”, completou.

Cabo Gilberto ainda detalhou o apoio que o PL teria reunido até o momento: “Temos um terço do União Brasil, do Republicanos, dez deputados do MDB e a metade da bancada do PP. Não é só o PL”, frisou.

A declaração ocorre em meio à crescente tensão entre setores bolsonaristas e a cúpula da Câmara, que tem sido cautelosa na condução de temas ligados aos réus dos atos antidemocráticos. Motta, por sua vez, evita se comprometer com a tramitação da proposta, o que irrita parte da base conservadora.

O embate evidencia o racha interno na Câmara e antecipa os desafios políticos em torno da votação de projetos com forte carga ideológica, como o da anistia.