sábado, 13 de dezembro de 2025
Ministro da Previdência Social, Carlos Lupi cai após escândalo no INSS e é substituído por aliado
02/05/2025 18:21
Redação ON Reprodução

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), pediu demissão nesta sexta-feira (2/5) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em meio à crise provocada pelas denúncias de fraudes na folha de pagamento do INSS. Lula aceitou a saída, que foi oficializada após reunião entre os dois no Palácio do Planalto.

A pressão sobre Lupi aumentou após a deflagração da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que investiga o repasse irregular de mensalidades associativas cobradas de aposentados e pensionistas. A apuração aponta que entidades autorizadas pelo INSS faturaram milhões com descontos indevidos — e muitas delas enfrentam dezenas de milhares de processos judiciais.

Embora Lupi não seja alvo direto das investigações, pesou contra ele o fato de já ter sido alertado, em 2023, sobre os indícios de irregularidades — e não ter tomado providências. Além disso, sua insistência em manter no cargo o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, incomodou Lula. Stefanutto foi demitido no mesmo dia da operação.

“Entrego a função ao presidente Lula, a quem agradeço pela confiança e pela oportunidade”, escreveu Lupi nas redes sociais. “Tomo esta decisão com a certeza de que meu nome não foi citado em nenhum momento nas investigações em curso (…). Espero que as investigações sigam seu curso, identifiquem os responsáveis e punam, com rigor, aqueles que usaram suas funções para prejudicar o povo trabalhador.”

Lupi será substituído por um de seus aliados no PDT, o ex-deputado federal Wolney Queiroz, atual secretário-executivo da pasta. A escolha tem o objetivo de preservar o espaço do partido no governo, sem acirrar ainda mais a crise política.

Entenda o escândalo

            •          Reportagens do Metrópoles, com base na Lei de Acesso à Informação, revelaram que 29 entidades autorizadas pelo INSS aumentaram em 300% o faturamento com descontos em benefícios de aposentados — mesmo respondendo a mais de 60 mil ações judiciais.

            •          A prática envolvia a cobrança de mensalidades entre R$ 45 e R$ 77 sem consentimento dos beneficiários.

            •          Após a denúncia, o INSS abriu apuração interna e acionou a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal.

            •          A Operação Sem Desconto resultou no afastamento de integrantes da cúpula do INSS e na exoneração do diretor de Benefícios, André Fidelis.

A queda de Lupi é mais um capítulo na tentativa do governo de controlar os danos de um esquema que expôs falhas graves na gestão da Previdência — e coloca sob escrutínio o controle do dinheiro de milhões de aposentados brasileiros.

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