sábado, 13 de dezembro de 2025
Indefinição cobra seu preço: Hugo Motta também pode cair nas garras de Trump
22/07/2025 08:05
Redação ON Reprodução

A postura ambígua de Hugo Motta (Republicanos-PB) à frente da presidência da Câmara pode levá-lo a um constrangimento internacional inédito: ver seu nome envolvido em uma ofensiva bolsonarista para ter o visto de entrada nos Estados Unidos revogado, a exemplo do que ocorreu com ministros do Supremo Tribunal Federal. Segundo o jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles, a ameaça é real — e está sendo articulada por aliados de Jair Bolsonaro junto ao entorno do ex-presidente Donald Trump.

Motta passou a ser visto como traidor por parte da direita radical após, segundo eles, prometer pautar antes do recesso parlamentar o projeto que concede anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de Janeiro. O projeto não andou, e a promessa nunca foi assumida publicamente. Mas, para os bolsonaristas, foi o bastante para lançar o paraibano na lista de desafetos.

“O Hugo não foi subserviente ao PL. Vamos ver se será ao Trump”, disparou um aliado próximo de Eduardo Bolsonaro. A frase, dita com ironia, expõe o novo estágio da crise: não se trata apenas de um desgaste interno, mas de uma tentativa de punição externa, com chancela simbólica de um dos maiores ídolos da extrema direita mundial.

A crítica bolsonarista se soma à irritação de setores governistas. Ao negar o pedido da oposição para suspender o recesso — mesmo após o cerco judicial contra Bolsonaro apertar —, Hugo Motta também perdeu pontos com parlamentares da base de Lula e ministros do Judiciário. Para um lado, é omisso. Para o outro, é cúmplice.

Em resumo, a estratégia de neutralidade começa a falhar. Ao se esquivar de decisões que desagradam, o presidente da Câmara conseguiu algo mais grave: desagradar a todos. E, agora, pode pagar caro — até com o carimbo de “persona no

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