O influenciador paraibano Hytalo Santos, dono de uma audiência que ultrapassa 20 milhões de seguidores, voltou ao centro das atenções após a desativação de sua conta no Instagram na última sexta-feira (8). A medida aconteceu poucos dias depois de o youtuber e humorista Felca publicar um vídeo que viralizou, com denúncias sobre a “adultização” e possível exploração de menores em conteúdos na internet.

No material, que já soma mais de 15 milhões de visualizações, Felca cita diretamente Hytalo como exemplo de criadores que colocam crianças e adolescentes na frente das câmeras de forma sensualizada. Entre os casos mencionados está o de Kamylla Santos, de 17 anos, apontada como tendo sua imagem explorada nos vídeos. A repercussão foi intensa: mais de 100 mil comentários e elogios à postura de Felca, que publicou o vídeo sem anúncios para reforçar o tom de denúncia.

Investigações em andamento

As acusações não são novas. Desde 2024, o Ministério Público da Paraíba (MPPB) conduz duas frentes de investigação contra Hytalo, nas Promotorias de João Pessoa e Bayeux. O foco é apurar se o conteúdo produzido por ele fere o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) por ter teor sexual e envolver menores.

Hytalo construiu fama produzindo vídeos ao lado de crianças e adolescentes, muitas vezes apresentados como “filhos” ou “crias”, onde dançam, falam sobre relacionamentos e interagem com ele em clima descontraído. É justamente esse estilo que, segundo o MPPB, levanta questionamentos sobre os limites legais e éticos dessas produções.

A defesa do influenciador

Quando as investigações começaram, Hytalo afirmou que mantém boa relação com as famílias dos jovens que aparecem em seus vídeos. Ele ressaltou que duas adolescentes frequentemente citadas nas denúncias são emancipadas e que há consentimento das mães para todas as participações.

“Na minha casa têm minhas crias que passam boa parte do tempo comigo e boa parte com as mães. As mães sempre acompanharam tudo”, disse na época.