sábado, 13 de dezembro de 2025
Com baixa adesão, ato por anistia vira pregação política e religiosa de Bolsonaro
07/05/2025 18:03
Redação ON Reprodução

Durante manifestação em Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro é uma decisão política exclusiva do Congresso Nacional. “O Parlamento votou, ninguém tem que se meter em nada. Tem que cumprir a vontade da maioria do Parlamento, que representa a vontade da maioria do povo brasileiro”, declarou.

Ao lado de Michelle Bolsonaro, o ex-presidente participou de um ato com forte tom religioso, iniciado por uma oração messiânica que o apresentava como alguém salvo por um milagre para cumprir uma missão divina. A manifestação, chamada de “caminhada pacífica”, ocupou cerca de uma quadra, com duas pistas fechadas, e reuniu público modesto. Cartazes com o nome do ministro Luiz Fux — que divergiu das penas aplicadas a réus do 8 de Janeiro, embora tenha sido voto vencido no STF — estavam entre os mais visíveis.

Presente no ato, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, estimou o público presente em 10 mil pessoas. A PM do DF não divulgou estimativa oficial.

Bolsonaro é um dos que poderiam se beneficiar com a anistia, já que responde a processo no Supremo por tentativa de golpe de Estado, crime que pode levá-lo a até 46 anos de prisão (embora a pena máxima no regime fechado no Brasil seja de 40 anos).

Apesar da mobilização, o projeto de anistia empacou no Congresso. A direita conseguiu recolher 264 assinaturas para votar a urgência do tema, mas o assunto não avançou. As manifestações em apoio à proposta também tiveram adesão aquém do esperado no Rio e em São Paulo.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que os deputados devem se concentrar em propostas que melhorem a vida da população. Junto com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), ele articula um projeto alternativo, que beneficiaria apenas os participantes dos atos, excluindo os organizadores e mentores — como ex-ministros, militares e o próprio Bolsonaro.

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