A situação do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), e de outros brasileiros retidos em Israel tornou-se ainda mais delicada neste domingo (15), em meio à intensificação dos ataques entre Israel e Irã. Em reunião virtual com autoridades israelenses, o prefeito voltou a defender a adoção de uma rota terrestre de evacuação, mas, até o momento, não há definição de quando a comitiva conseguirá deixar o território israelense.
Durante o encontro, realizado enquanto o grupo participava de uma palestra sobre segurança, Cícero detalhou a proposta que está sendo discutida: uma travessia terrestre até a Jordânia, passando por uma ponte que ele chamou de “ponte Rucém”. Segundo o prefeito, essa seria atualmente a opção mais viável, por apresentar “menor risco em termos de distância e tempo”. O governo da Jordânia, segundo ele, já teria autorizado a entrada dos brasileiros e prometido apoio à operação, em conjunto com a embaixada do Brasil.
“O que pedimos ao governo de Israel é apenas o transporte seguro até a ponte. A partir dali, cada um seguirá para seu destino, sem mais depender das autoridades israelenses”, afirmou o prefeito.
Apesar dos esforços diplomáticos, a permanência da comitiva brasileira em Tel Aviv torna-se cada vez mais preocupante. A cidade permanece sob constantes alertas de ataque e os bombardeios deste domingo, com novos lançamentos de mísseis a partir do Irã, voltaram a colocar o país em estado de alerta máximo. Segundo as Forças de Defesa de Israel (IDF), a maioria dos mísseis foi interceptada pelos sistemas de defesa, mas as sirenes de emergência voltaram a soar na região central de Israel, incluindo Tel Aviv e Jerusalém.
Enquanto isso, o governo iraniano mantém o tom de ameaça. Um porta-voz militar do Irã chegou a declarar que “o território israelense em breve ficará inabitável”, pedindo que a população civil deixe o país. Autoridades iranianas também anunciaram que novas ofensivas devem ocorrer nas próximas semanas, atingindo inclusive alvos estratégicos, como bases militares, centros de inteligência e até mesmo o aeroporto de Tel Aviv — o que poderá complicar ainda mais qualquer operação de retirada de estrangeiros.
Cícero Lucena e outros prefeitos brasileiros permanecem abrigados em hotéis adaptados com bunkers de segurança, aguardando uma definição para o resgate. O Itamaraty acompanha a situação, mas oficialmente ainda não há previsão concreta de saída do grupo.
A tensão crescente no Oriente Médio, com a perspectiva de ataques ainda mais pesados nas próximas semanas, deixa as autoridades brasileiras em estado de alerta. Embora os apelos por uma evacuação segura estejam sendo feitos, a operação depende de um delicado entendimento entre vários governos em um cenário de guerra cada vez mais imprevisível.