A Seleção Brasileira viveu uma noite vexaminosas de sua história em Eliminatórias. Jogando em El Alto, a mais de 4.000 metros de altitude, o time de Carlo Ancelotti foi derrotado por uma Bolívia frágil, mas motivada como se disputasse uma final de Copa do Mundo. Sofremos um gol de pênalti no primeiro tempo e perdemos por 1 x 0.
Para os bolivianos, o confronto tinha peso histórico: uma vitória e a combinação de resultados com derrota da Venezuela para a Colômbia garantiriam o time na Repescagem, com chance de chegar à Copa do Mundo após 30 anos — a última participação havia sido em 1994, justamente no Mundial dos Estados Unidos.
O Brasil, por sua vez, entrou com um time alternativo. A estratégia de Ancelotti era testar jogadores, mas os experimentos custaram caro. Sem fôlego, sem criação e sem intensidade, a equipe passou 90 minutos sem gerar uma chance real de gol.
Jogadores que haviam se destacado contra o Chile, como Luiz Henrique e Paquetá, ficaram apagados. Samuel Lino parecia exausto logo aos três minutos de partida. Richarlison, ofegante, não conseguiu se movimentar. O adversário invisível foi a altitude, que reduziu a Seleção a um time irreconhecível.
No apito final, derrota merecida e lição amarga. O Brasil caiu da segunda para a quinta colocação da tabela. Se o regulamento antigo ainda estivesse em vigor — quando apenas os quatro primeiros tinham vaga direta —, a Seleção teria sido empurrada à Repescagem, algo inédito e humilhante.
Foi a pior campanha da história do Brasil em Eliminatórias. Classificação veio na “bacia das almas”, mas com gosto amargo. A Bolívia fez história; o Brasil saiu pequeno.
Para Ancelotti, fica o aprendizado duro: a Seleção precisa melhorar muito. Porque, como ficou claro em Em Alto, depender apenas do peso da camisa não basta.
