sábado, 13 de dezembro de 2025
Aliados aconselham Bolsonaro a pedir recuo de Trump e tentar conter “tiro no pé” do Tarifaço
10/07/2025 09:06
Redação ON Reprodução

Menos de 24 horas após o anúncio do “Tarifaço” de 50% sobre os produtos brasileiros pelos Estados Unidos, o que parecia ser um gesto de lealdade entre aliados ideológicos começou a se revelar um tiro no pé para o bolsonarismo.

A repercussão negativa da medida no setor empresarial — especialmente entre industriais e representantes do agronegócio — acendeu o sinal de alerta entre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Diante da gravidade da situação, lideranças próximas à família passaram a aconselhar publicamente que os dois façam um gesto de apelo a Donald Trump, pedindo que ele reconsidere as tarifas.

Segundo revelou à CNN uma figura influente da oposição com acesso direto à família Bolsonaro, a estratégia ideal agora seria que pai e filho gravassem uma mensagem conjunta, agradecendo “profundamente” o apoio de Trump no processo judicial contra Jair Bolsonaro, mas solicitando que os produtos brasileiros sejam poupados das novas taxações.

O objetivo é claro: tentar estancar a crise antes que ela se agrave e reposicionar Bolsonaro e Eduardo como figuras “responsáveis”, capazes de colocar os interesses econômicos do país acima das disputas políticas e judiciais.

A carta enviada por Trump ao presidente Lula, que oficializou a adoção das tarifas a partir de 1º de agosto, foi recheada de críticas ao Supremo Tribunal Federal, que julga Bolsonaro por tentativa de golpe, e chegou a acusar o Brasil de promover “ataques insidiosos às eleições livres”. No entanto, o efeito colateral da medida foi imediato: empresários pressionam, entidades do setor produtivo protestam e até integrantes da base conservadora admitem que a conta pode recair, politicamente, sobre o próprio clã Bolsonaro.

A expectativa agora é saber se o ex-presidente vai ceder ao apelo dos aliados e tentar conter o estrago — ou se continuará apostando no apoio incondicional de Trump, mesmo às custas do bolso dos brasileiros.

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