Há três anos, o Centro Histórico de João Pessoa estava à beira do abandono. As fachadas desbotadas, os casarões fechados e o vazio nas ruas contavam a história de um lugar que, aos poucos, parecia ter sido esquecido. Mas foi justamente esse cenário que motivou a jornalista Afra Soares a agir.
Foi dentro da Associação Paraibana de Imprensa (API) que nasceu o Comitê de Fomento e Desenvolvimento dos Centros Históricos da Paraíba — uma iniciativa da sociedade civil com um objetivo claro: revitalizar o Centro Histórico da capital paraibana. Hoje, o comitê já deixou de ser apenas uma ideia e se transformou em uma organização não governamental com sede e atuação no próprio centro.
“Nosso Centro Histórico estava na UTI”, lembra Afra. “Sentimos a necessidade de fazer alguma coisa. Só a iniciativa privada pode transformar esse tipo de espaço — foi assim no mundo todo, e está sendo assim no Brasil também.”
A proposta do comitê é simples, mas poderosa: unir forças. Entre os membros, há profissionais de diversas áreas — advogados, médicos, procuradores, servidores públicos e cidadãos comuns — todos com um ponto em comum: o amor e a preocupação com o patrimônio histórico da cidade.
Mais do que criticar, Afra acredita na força da mobilização para pressionar, propor e agir. “As pessoas precisam se juntar, dar um nó, não só apontar o dedo”, resume.
Agora instalados em uma salinha no próprio Centro Histórico, os integrantes do comitê seguem firmes na missão de transformar o cenário — não apenas com palavras, mas com presença, articulação e atitude.
O que começou como um chamado virou um movimento. E o Centro Histórico de João Pessoa, que andava desacordado, começa a mostrar sinais de vida outra vez.