O Brasil deve desembolsar R$ 1,7 trilhão em 2025 com servidores públicos, somando União, Estados e municípios, entre funcionários da ativa e aposentados. O valor, se confirmado, será recorde e ocorre em um momento em que o Congresso discute a reforma administrativa.
A proposta em debate não altera a estabilidade dos servidores, mas prevê mecanismos de avaliação de desempenho e medidas para corrigir distorções, como os supersalários acima do teto constitucional de R$ 46,3 mil. Entre os pontos defendidos pelo relator Pedro Paulo (PSD-RJ) estão uma revisão geral de gastos, a criação de uma tabela remuneratória fixa e limites para benefícios como honorários advocatícios e férias de 60 dias.
Apesar de empregar proporcionalmente menos servidores que a média internacional (12,1% do total do emprego em 2022, contra 20,8% nos países da OCDE), o Brasil gasta mais: 13,5% do PIB, frente a 9,3% da média da organização, segundo levantamento da Fecomercio-SP com base em dados da OCDE.
“O Brasil não emprega tanto, mas gasta muito com o funcionalismo público e, principalmente no governo federal, a diferença está na remuneração, que chega a ser 67% maior em comparação aos mesmos cargos do setor privado”, avalia o economista Antonio Lanzana, da Fecomercio-SP e professor da USP.
