quinta-feira, 8 de maio de 2025
Veja a gravação da música “Paraibah”, uma linda carta de amor à Paraíba
18/04/2025 7:17 am
Redação ON Reprodução

Em tempos em que o Brasil parece dividido até em seu mapa cultural e político, a música prova mais uma vez que é capaz de romper fronteiras artificiais. Humberto Gessinger e Chico César, dois ícones de regiões tão diferentes — o sulista Porto Alegre e o nordestino Catolé do Rocha — se encontram numa parceria rara e inspiradora. Eles lançaram “Paraibah”, uma canção que é, ao mesmo tempo, celebração, homenagem e símbolo de um Brasil que insiste em dialogar pela arte.

“Paraibah” é mais do que uma música sobre um estado: é uma carta de amor à Paraíba, à sua cultura, à sua força e à sua beleza. Em vez de alimentar divisões, Gessinger e Chico escolheram celebrar o encontro. E fazem isso misturando influências, sons e sotaques de forma tão natural que parece impossível acreditar que algum dia tentaram colocar muros entre nordestinos e sulistas.

A canção soa como uma travessia: a poesia de Chico César, que carrega o calor e a cor do Nordeste, encontra a melodia sofisticada e intensa de Gessinger, herdeiro do rock e da MPB do Sul. O resultado é uma música que carrega identidade e respeito, e que homenageia a Paraíba sem recorrer a estereótipos — com afeto genuíno.

No Brasil polarizado de hoje, em que até as manifestações culturais são, muitas vezes, injustamente classificadas por rótulos políticos, “Paraibah” lembra que a arte é, antes de tudo, encontro. E que a música brasileira é feita da riqueza de todas as suas regiões, sem exceção. Humberto e Chico mostram que a cultura não se dobra à lógica das divisões: ela é território livre de trocas, afetos e homenagens sinceras.

“Paraibah” é, enfim, um manifesto delicado e potente de que ainda é possível — e necessário — construir pontes.

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