sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Tudo o que você precisa saber sobre o fantasma de Epstein que ainda assombra Donald Trump
22/07/2025 08:45
Redação ON Reprodução

Jeffrey Epstein morreu há seis anos, mas seu nome segue no centro de debates públicos, investigações inconclusas e teorias conspiratórias que atravessam espectros ideológicos. O bilionário condenado por crimes sexuais foi encontrado morto em uma cela federal em 2019, em circunstâncias que até hoje levantam dúvidas. Oficialmente, foi suicídio. Para grande parte dos americanos, foi algo muito maior.

Uma matéria publicada nesta terça-feira (22) pelo The New York Times, assinada por Lauren Jackson, mostra que pesquisa recente da Reuters/Ipsos revela que 69% dos americanos acreditam que o governo dos EUA esconde informações sobre o caso, incluindo quem mais estaria envolvido no esquema de exploração sexual de menores. A frustração cresceu nas últimas semanas, após o Departamento de Justiça divulgar um memorando que não trouxe nenhuma revelação nova. O documento negou a existência de uma “lista de clientes” famosos e descartou qualquer evidência de assassinato, contrariando expectativas — inclusive de apoiadores do ex-presidente Donald Trump, que prometia expor os bastidores do caso.

Epstein acumulou poder, riqueza e conexões com nomes influentes como Donald Trump, Bill Clinton, Bill Gates e Les Wexner. Ainda assim, muitos aspectos de sua vida permanecem envoltos em mistério. De onde vinha seu dinheiro? O que oferecia em troca a seus milionários “clientes”? Por que vídeos sigilosos recolhidos pela investigação ainda não foram divulgados?

A procuradora Pam Bondi afirmou que parte desses vídeos contém material sensível de abuso infantil e não será publicada. Outros trechos, segundo ela, foram baixados por Epstein da internet e não mostram crimes cometidos por ele ou seus associados.

Apesar da ausência de provas diretas contra figuras públicas, a sombra do caso afeta reputações. O jornal The New York Times revelou que Trump e Epstein foram próximos por pelo menos uma década, antes de romperem por disputas pessoais. Embora não haja evidência que ligue Trump diretamente aos crimes de Epstein, seu nome segue citado por vítimas, advogados e investigadores.

Em 2018, uma série de reportagens do Miami Herald expôs os bastidores do acordo judicial firmado em 2008 que garantiu impunidade parcial a Epstein. O responsável por aquele acordo, Alexander Acosta, chegou a ser secretário do Trabalho no governo Trump. Desde então, o caso virou combustível para teorias de conspiração — algumas absurdas, outras baseadas em lacunas reais nas investigações.

O The New York Times afirma ter entrevistado vítimas, rastreado movimentações financeiras, vasculhado documentos judiciais e processado o governo para acessar informações públicas. Mesmo assim, muitos segredos permanecem trancados. O presidente da Câmara dos Deputados, Mike Johnson, chegou a defender a liberação integral dos arquivos do caso, mas recuou dias depois.

A pressão popular cresce, e o nome de Epstein — mesmo morto — continua servindo como espelho das suspeitas sobre os bastidores do poder nos Estados Unidos.

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