O conselheiro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Jason Miller, afirmou neste domingo (10) que “nunca vai desistir” até que o ex-presidente Jair Bolsonaro seja libertado. A declaração, feita nas redes sociais, é mais um capítulo na escalada de críticas e pressões externas sobre o Judiciário brasileiro, vista pelo Palácio do Planalto como uma agressão direta à soberania nacional.
“Para deixar claro, eu não vou parar, não vou desistir, nunca vou ceder, até que o presidente Jair Bolsonaro seja livre!!!”, escreveu Miller no X (antigo Twitter). A mensagem respondia a um internauta que sugeriu ser “mais importante o impeachment” do ministro Alexandre de Moraes do que a libertação de Bolsonaro.
No governo brasileiro, a avaliação é de que manifestações como essa indicam que, caso a condenação de Bolsonaro seja confirmada, Washington — sob influência direta de Trump — poderá adotar medidas de retaliação contra autoridades nacionais. Isso incluiria sanções pessoais a ministros e até o endurecimento nas tarifas de importação, que já estão no patamar de 50% para diversos produtos brasileiros.
A fala de Miller ocorre dias após Moraes determinar a prisão domiciliar de Bolsonaro, sob acusação de descumprir medidas cautelares. O ex-presidente está proibido de receber visitas (exceto advogados), manter contato com autoridades estrangeiras ou embaixadores e usar redes sociais, direta ou indiretamente.
O episódio amplia a tensão diplomática num momento em que a relação entre Brasil e Estados Unidos já é marcada por atritos comerciais e declarações inflamadas, e reforça o temor do Planalto de que o caso Bolsonaro se torne um novo eixo de confronto entre os dois países.