sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Trump chegará ao Oriente Médio para cúpula da paz enquanto se inicia a libertação dos reféns em Gaza
12/10/2025 10:26
Redação ON Reprodução

O Oriente Médio vive horas decisivas. Uma semana marcada por intensas negociações e expectativa pela libertação dos reféns israelenses mantidos pelo Hamas chega ao ponto alto com a chegada do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à região. Ele participa, nesta segunda-feira (13), da Cúpula Internacional de Paz sobre Gaza, no Egito, que pretende consolidar o acordo de cessar-fogo e discutir o futuro político e humanitário da Faixa de Gaza. Trump desembarca primeiro em Tel Aviv, Israel, e depois segue para Sharm el-Sheikh, no Egito, onde presidirá o encontro ao lado do presidente egípcio Abdel Fattah al-Sissi. Mais de 20 líderes mundiais confirmaram presença no evento, que é visto como a tentativa mais concreta de estabilizar a região desde o início da guerra.

O pano de fundo da cúpula é o acordo de cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos, que inclui a libertação de reféns israelenses em troca da soltura de prisioneiros palestinos. Segundo fontes oficiais, o processo deve começar na manhã desta segunda-feira (13), quando cerca de 20 reféns vivos serão libertados simultaneamente. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha será responsável pela operação logística, conduzindo os reféns de Gaza até Israel, onde receberão atendimento médico e se reencontrarão com familiares. Hospitais e bases militares israelenses foram preparados para recebê-los. De acordo com estimativas mais recentes, 48 reféns ainda estavam em poder do Hamas. Desses, acredita-se que 20 estejam vivos e 26 tenham morrido. O grupo informou que a recuperação dos corpos poderá levar mais tempo.

O pacto firmado entre Israel, Hamas e mediadores internacionais prevê um conjunto de medidas interligadas: libertação de 250 palestinos condenados à prisão perpétua e de 1.700 detidos durante a guerra em Gaza; trocas realizadas dentro das primeiras 72 horas após a entrada em vigor do cessar-fogo; ampliação do envio de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, com monitoramento internacional; e o reposicionamento das tropas israelenses para uma “linha amarela” de segurança previamente acordada.

Apesar do entusiasmo com o avanço diplomático, divergências persistem. Entre os principais pontos de atrito estão as listas de prisioneiros — o Hamas insiste para que Israel cumpra integralmente a lista negociada — e o futuro político de Gaza. O grupo se recusa a abrir mão do controle do território ou se desarmar, enquanto Israel rejeita a volta da Autoridade Palestina sem garantias de segurança. Também há incertezas sobre o papel das forças internacionais que supervisionarão a trégua e o fluxo de ajuda humanitária. Essas pendências deverão ser debatidas na segunda fase das negociações, que começará justamente durante a cúpula em Sharm el-Sheikh.

Donald Trump chega ao Oriente Médio em um momento de forte protagonismo diplomático. Segundo fontes da Casa Branca, seu objetivo é garantir o apoio dos países árabes e muçulmanos moderados ao plano de reconstrução de Gaza — um projeto que envolve não apenas segurança, mas também investimentos internacionais em infraestrutura e energia. A expectativa é que o presidente americano use sua presença no Egito para consolidar o cessar-fogo e apresentar um esboço de plano de paz permanente, com mecanismos de fiscalização e metas de reconstrução humanitária. Trump deve se reunir ainda com líderes de Israel, Egito, Arábia Saudita, França e Reino Unido, entre outros participantes da conferência.

Com a libertação dos reféns prevista para começar nesta segunda-feira e a realização da cúpula internacional de paz, o dia 13 de outubro promete marcar uma virada simbólica no conflito. A operação humanitária em Gaza será acompanhada em tempo real por observadores internacionais, enquanto diplomatas esperam que o gesto de confiança mútua abra caminho para um acordo político mais duradouro. Após meses de guerra, o Oriente Médio volta a respirar — ainda com cautela, mas com uma esperança renovada de paz.

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