O ambiente político de Cabedelo ganhou um novo capítulo após o Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba decidir, por unanimidade, manter o bloqueio de aproximadamente 13 milhões de reais em bens do prefeito André Coutinho, do ex-prefeito Vitor Hugo e de outros investigados na Operação En Passant. A medida atende a um pedido da Polícia Federal para assegurar que eventuais danos ao patrimônio público possam ser ressarcidos no futuro.
A determinação havia sido tomada inicialmente pelo juiz eleitoral da cidade, que autorizou a indisponibilidade de todos os bens registrados em nome dos investigados. Cartórios, instituições bancárias e órgãos de registro foram notificados para impedir qualquer movimentação patrimonial.
Os acusados tentaram derrubar a ordem por meio de um agravo regimental, mas o relator do caso, desembargador Rodrigo Clemente de Brito, votou pela manutenção da cautelar. Os demais membros do tribunal acompanharam o voto e a decisão foi reafirmada sem divergências.
A conjuntura local torna o caso ainda mais delicado. André Coutinho teve o mandato cassado pelo próprio TRE-PB na semana passada, mas permanece no cargo enquanto aguarda o julgamento dos embargos de declaração. Já Vitor Hugo, também atingido pela Operação En Passant, segue inelegível depois de ter sua situação confirmada pelo tribunal.
A denúncia principal do Ministério Público Federal, que detalha o conjunto das acusações, ainda será analisada pelo pleno da Corte Eleitoral. A Operação En Passant apura suspeitas de compra de votos, manipulação do processo eleitoral, uso da máquina pública e a existência de uma organização criminosa com atuação dentro da administração municipal.
Ao manter o bloqueio dos 13 milhões, o TRE-PB aprofunda a pressão sobre os investigados e reforça um dos movimentos mais representativos desde o avanço das apurações no município.