- Redação ON
O segundo voo da gestão de Donald Trump trazendo brasileiros deportados pousou em Fortaleza na noite desta sexta-feira (7), repetindo o mesmo tratamento desumano da primeira remessa. A aeronave transportava 111 pessoas expulsas dos Estados Unidos, a maioria mineiros que sonhavam com uma vida melhor, mas foram devolvidos algemados, acorrentados e famintos. Assim como no voo anterior, o governo americano impôs medidas extremas de contenção, tratando os passageiros como animais e criminosos perigosos, sem qualquer respeito à dignidade humana.
Ao desembarcarem, 16 dos deportados ficaram em Fortaleza, incluindo uma família de Belém, que precisaria buscar outro meio de transporte para seguir viagem. Não houve assistência ou explicação detalhada, apenas a frieza de um procedimento burocrático. Os demais foram encaminhados ao avião da Força Aérea Brasileira (FAB), que os levaria até seus estados de origem, principalmente Minas Gerais.
Embora tenham descido as escadas do avião já sem algemas e correntes, a jornada de volta foi marcada por condições degradantes. Algemados nos pulsos e acorrentados nos tornozelos, os deportados mal conseguiam se mover durante o voo. O acesso ao banheiro era restrito, a comida era escassa e a sede, uma tortura constante. Muitos passaram horas sem qualquer tipo de assistência, tratados não como pessoas, mas como um fardo a ser transportado e descartado.
As cenas dentro do avião lembravam uma escolta prisional. Oficiais americanos vigiavam cada movimento, impondo um silêncio forçado e ignorando pedidos de mais conforto. O peso das correntes feria a pele, mas a dor maior era psicológica: a humilhação de serem deportados como criminosos por tentarem um futuro melhor. Entre os passageiros, havia mães separadas dos filhos, homens que perderam tudo e jovens que mal tiveram tempo de se adaptar ao novo país antes de serem jogados para fora dele.
Esse é apenas o segundo voo, mas as deportações devem continuar. O governo Trump endurece cada vez mais suas políticas migratórias. Enquanto isso, os brasileiros que sonharam com uma nova vida nos EUA enfrentam não apenas o fracasso do retorno, mas o trauma de terem sido tratados como criminosos por buscarem uma oportunidade.
