Natal vive uma tragédia causada pelo aterro da Praia de Ponta Negra. Com chuvas acima da média, a nova faixa de areia transformou-se em um ponto crônico de alagamentos, com espelhos d’água cobrindo o calçadão, invadindo áreas de lazer e provocando indignação de moradores e turistas. A drenagem falhou, a promessa virou frustração — e o que era para conter o avanço do mar acabou expondo a cidade a novos riscos.
Curioso é que, mesmo antes de iniciar oficialmente as obras de revitalização do Hotel Tambaú, o novo gestor do empreendimento, o potiguar Ruy Gaspar, já defende a ideia de aterrar a faixa de areia entre Manaíra e Tambaú. Inspirado justamente no modelo de Natal — sua cidade natal —, Ruy propõe replicar o projeto que agora, diante dos fatos, se mostra um equívoco técnico e ambiental.
É preciso acender o sinal de alerta. Repetir em João Pessoa um erro que já demonstrou suas falhas em Natal seria uma irresponsabilidade. Nesta semana, a cidade potiguar registrou 81,4 mm de chuva em 24 horas, segundo boletim da Emparn. O volume foi suficiente para deixar parte da orla intrafegável. A Prefeitura reconhece que a drenagem não suporta chuvas acima de 40 mm, mas diz que os “espelhos d’água” fazem parte do projeto. A população, no entanto, vê alagamento — e prejuízo.