O Brasil coleciona suas histórias improváveis, mas poucas batem a de um técnico que viralizou no TikTok ao mostrar como abrir, sem esforço, o mesmo tipo de material usado nas tornozeleiras eletrônicas. O método? Uma simples gota de óleo de banana.
No vídeo que publicamos, o técnico Everton Rodrigues (@everton.rodrigues.elt) demonstra que o produto — muito usado para amaciar plásticos — faz com que o fecho de um dispositivo semelhante se abra sem força, sem ferramentas e sem fumaça.
Se essa informação tivesse chegado antes ao ex-presidente Jair Bolsonaro, provavelmente ele não teria recorrido à máquina de solda — nem feito aquele experimento que terminou em queimaduras e em uma nova etapa da novela jurídica.
Além da curiosidade técnica, o vídeo virou fenômeno justamente por mostrar, de forma didática, que o óleo de banana realmente funciona no material testado por Everton Rodrigues.
O preço da tornozeleira usada por Bolsonaro
A tornozeleira eletrônica que o ex-presidente confessou ter tentado romper “por curiosidade” é fornecida pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF), por meio de contrato com a empresa UE Brasil Tecnologia Ltda.
O pregão eletrônico firmado em 2023 estabelecia custo mensal de R$ 238,62 por equipamento. Em maio de 2025, o valor foi reajustado para R$ 245,84, totalizando R$ 32,4 milhões para 4 mil tornozeleiras ao longo de 30 meses.
O contrato exige que o dispositivo seja robusto, difícil de remover e capaz de emitir alertas em caso de tentativa de ruptura — exatamente o que aconteceu no episódio de sábado (22/11).
Segundo relatório da Seape enviado ao Supremo Tribunal Federal, o sistema registrou a violação à 0h07, gerou aviso imediato e levou à substituição do equipamento poucas horas depois.
A Seape arca com todas as substituições por destruição, seja culposa ou dolosa — como no caso de Bolsonaro, que admitiu a tentativa de abrir a tornozeleira com solda.