O sonho de uma ligação aérea direta entre João Pessoa e Lisboa sofreu um duro revés neste fim de semana. Em entrevista ao jornal português ‘Diário de Notícias’, o diretor da TAP nas Américas, Carlos Antunes, descartou qualquer possibilidade, no curto prazo, de criação de uma rota internacional partindo da capital paraibana rumo à Europa. A declaração frustra a expectativa criada em março, durante a Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), quando o governador João Azevêdo e o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, se reuniram com representantes da companhia portuguesa para tratar do tema.
Na ocasião, a Paraíba teve um estande próprio na feira, considerado um dos mais bem organizados e visitados do evento, com intensa divulgação de seus atrativos turísticos. A presença do governador e do presidente da Embratur foi estratégica: havia a intenção clara de convencer a TAP a abrir uma rota direta entre João Pessoa e Lisboa, aproveitando o crescimento expressivo do turismo no estado.
Freixo chegou a afirmar publicamente que “João Pessoa já merece um voo internacional”, apontando o bom momento da cidade no cenário turístico nacional e os investimentos em infraestrutura como argumentos para viabilizar a nova conexão. Mas, segundo Carlos Antunes, a companhia aérea já tem ampla cobertura na região Nordeste, com voos regulares para capitais próximas como Recife e Natal, o que, na visão da empresa, torna desnecessária a abertura de uma nova rota em João Pessoa.
Além disso, Antunes alegou que o aeroporto Castro Pinto apresenta limitações técnicas, como a extensão da pista, que seria curta demais para decolagens seguras de aeronaves de grande porte em voos intercontinentais. “Todo mundo quer voos da TAP, mas tem que fazer sentido. E neste caso, não faz”, resumiu o executivo.
O diretor da TAP destacou ainda que o foco atual da companhia é “maturar as rotas existentes” e não expandir a malha aérea no Brasil no momento, rebatendo também a possibilidade de voos para outras cidades como Curitiba, Funchal ou Algarve. Segundo ele, o modelo de operação da TAP prioriza o uso de Lisboa como hub para os mais de 50 destinos europeus atendidos pela companhia, com a maioria dos passageiros brasileiros usando a capital portuguesa como ponto de conexão.

Apesar da negativa, a Embratur e o Governo da Paraíba ainda não se manifestaram oficialmente sobre a resposta da TAP. O episódio, no entanto, evidencia os desafios de inserir João Pessoa de forma mais efetiva no circuito aéreo internacional, mesmo com seu crescente prestígio como destino turístico no Brasil.expectativa criada em março, durante a Bolsa de Turismo de Lisboa