A disputa pelo governo da Paraíba em 2026 segue marcada pela indefinição — e não é apenas entre os aliados do governador João Azevêdo (PSB). Se de um lado a base governista ainda não se entendeu sobre quem será o candidato — com Lucas Ribeiro, Cícero Lucena e Adriano Galdino se movimentando nos bastidores —, do outro, o campo bolsonarista também vive dias de turbulência.
Nesta quarta-feira (9), o pastor Sérgio Queiroz, nome lançado pelo próprio Jair Bolsonaro como pré-candidato ao Senado, anunciou que está fora da disputa. A justificativa oficial foi a de que precisa priorizar seu ministério pastoral e projetos pessoais. Mas nos bastidores, a leitura é outra: a movimentação do ex-ministro Marcelo Queiroga em prol de Efraim Filho pode ter sido o gatilho da desistência.
Conforme revelado com exclusividade na terça-feira, Queiroga — atual presidente estadual do PL — vem conversando com Efraim sobre uma possível filiação ao partido e até sobre a cabeça de chapa ao governo estadual. Nos termos do acerto, o próprio Queiroga abriria mão da candidatura ao Senado em nome de Efraim. Uma costura que, ao que tudo indica, foi feita sem consultar o pastor Sérgio Queiroz — que também havia sido referendado por Bolsonaro como pré-candidato.
Sérgio, um dos nomes mais populares da direita paraibana, pode ter entendido o gesto como um esvaziamento de seu espaço político no grupo. A resposta veio de imediato, com o anúncio de que não pretende mais disputar nenhum cargo em 2026.
Para piorar, o próprio Efraim jogou água no chope da articulação ao afirmar que, embora tenha recebido convites do PL e de outros partidos, prefere refletir com mais calma sobre seu futuro. Ou seja, a oposição bolsonarista, que parecia ter uma candidatura definida ao Senado e uma possível alternativa ao governo, agora também entra no grupo dos indecisos.
Com indefinição dos dois lados, a corrida pelo governo da Paraíba em 2026 segue sem favoritos e com cada vez mais incertezas.