A sucessão do governador João Azevêdo virou, mais do que nunca, um grande quebra-cabeça na política paraibana. Uma intensa movimentação nos principais partidos agitou o fim de semana e a segunda-feira (28), escancarando o ambiente de incertezas que deve marcar a disputa de 2026.
O primeiro grande movimento é do próprio João Azevêdo, que oficializa nesta segunda-feira sua ascensão à presidência estadual do PSB. A posse acontece em João Pessoa, durante convenção que contará com a presença de líderes nacionais, como o prefeito do Recife, João Campos. Azevêdo, reeleito em 2022 com apoio majoritário da base socialista, agora se posiciona no centro das articulações partidárias para tentar manter sua influência após o fim de seu mandato.
No mesmo dia, outro evento político importante acontece: Pedro Cunha Lima, ex-deputado federal e ex-candidato ao governo, assume a presidência do PSD na Paraíba. O presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, estará na capital paraibana para dar posse a Pedro e muito provavelmente já anunciará a sua candidatura ao governo em 2026. Isso é mais do que obvio.
Paralelamente, o PP assiste a uma disputa interna que promete dividir forças. De um lado, o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, intensificou viagens e agendas públicas pelo interior, numa estratégia de fortalecimento pessoal visando 2026. Neste fim de semana o prefeito cumpriu agenda em Alcantil, no Cariri paraibano, a convite do prefeito da cidade. Além de fortalecer parcerias, Cícero também tem dialogado com lideranças da oposição, ampliando suas articulações.
Do outro, o vice-governador Lucas Ribeiro, também filiado ao PP, adotou uma tática semelhante, visitando eventos no interior, como a Festa da Cabra Rainha em Santo André e a Festa do Produtor Rural em Alagoa Nova, numa clara tentativa de se apresentar como alternativa dentro do próprio partido.
Galdino está vivo
E ainda há uma quarta peça no tabuleiro: o deputado Adriano Galdino. Após recuar de sua pré-candidatura ao governo para viabilizar a polêmica indicação de sua filha, Alanna Galdino, ao Tribunal de Contas do Estado, Adriano prepara o terreno para voltar ao jogo. Agora que a nomeação de Alana foi consolidada, aliados já cogitam que ele reapareça como mais um pré-candidato, ampliando ainda mais o leque de opções e as incertezas sobre o futuro político da Paraíba.
Diante desse cenário de fragmentação e antecipação das disputas, o jogo sucessório na Paraíba está oficialmente embaralhado — e promete muitas reviravoltas até 2026.