A crise que começou no Banco Master, explodiu no BRB e sacudiu o governo do Distrito Federal agora bate à porta da Paraíba. O Sindicato dos Bancários do Estado emitiu um alerta duro: o rombo envolvendo a venda de R$ 12,2 bilhões em carteiras de crédito inexistentes pode gerar um impacto direto na economia paraibana — especialmente em João Pessoa, onde o BRB tem forte presença.
O alerta não é exagero. O BRB administra a folha de pagamento da Prefeitura de João Pessoa, financia obras públicas na capital e no Governo do Estado, e ainda atua pesadamente no setor privado, principalmente no mercado imobiliário. É banco de fomento, banco de crédito, banco de obra pública. Se perde liquidez, trava tudo.
Segundo o Sindicato dos Bancários, o risco é concreto: caso o BRB não consiga honrar compromissos por causa do déficit provocado pela fraude no Banco Master, haverá reflexos imediatos na cadeia econômica.
Isso inclui:
• trabalhadores das agências,
• processamento da folha salarial,
• financiamento de obras públicas em andamento,
• crédito na construção civil,
• e famílias que têm financiamento de imóveis pelo banco.
A instabilidade também reacende um debate político espinhoso. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, vinha surfando uma aprovação confortável. Mas enfrentou forte desgaste quando tentou comprar o Banco Master — uma operação bilionária, veto do Banco Central e muita desconfiança no ar. Agora, com a revelação de que o Master teria vendido ativos inexistentes ao BRB, cresce a pressão para que Ibaneis explique por que insistiu em adquirir um banco que já mostrava sinais de podridão interna.
Para a Paraíba, o centro do problema não é o DF, mas o efeito dominó. Se o BRB emperra, emperra também parte da economia local. E o Sindicato dos Bancários deixa isso claro: há risco real de paralisação de obras, interrupção de pagamentos e retração de crédito, justamente num momento em que João Pessoa vive um ciclo aquecido de investimentos.
A crise que começou como um terremoto financeiro em Brasília agora chega à Paraíba como uma ameaça silenciosa — mas com potencial de alto impacto