sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Sete sinais da sucessão: Paraíba entra no ciclo 2026 como se a eleição fosse amanhã
20/11/2025 05:14
Redação ON Reprodução

A eleição de 2026 está longe – ainda faltam 318 dias – mas o clima político da Paraíba já entrou no modo contagem regressiva. Em menos de 48 horas, sete movimentos simultâneos – alguns ruidosos, outros silenciosos – redesenharam o tabuleiro eleitoral, com recuos, recados, preferências reveladas e gestos calculados. É o início de uma fase em que ninguém admite estar em campanha, mas todo mundo age como se estivesse.

1. Preferência inesperada

Bruno Cunha Lima confirmou que o Grupo Cunha Lima marchará com Cícero Lucena, mas fez questão de dizer que sua preferência pessoal é por Efraim Filho.

Foi um movimento que agradou um lado e acendeu alerta no outro: apoio formal a Cícero, entusiasmo real por Efraim.

Na prática, um gesto ambíguo que expõe divisões dentro da família e fragiliza o palanque do prefeito.

2. Segundo turno improvável

Na mesma entrevista, Bruno avisou: “Não se surpreenda se o segundo turno for entre Cícero e Efraim”.

Traduzindo: para ele, Lucas Ribeiro corre o risco de não chegar nem à final, um recado duríssimo para o governo.

O comentário também desmonta, com elegância, a tese de Efraim de que apenas um nome da oposição avançaria.

3. Enquadramento elegante

João Azevêdo classificou como “decisão amadurecida” a saída de Léo Bezerra da presidência do PSB em João Pessoa.

Por trás do tom sereno, o recado foi direto: não haverá muro em 2026.

A fala foi interpretada como um gesto firme do governador para reorganizar sua própria base – e para evitar ambiguidades na linha sucessória

4. Recuo estratégico

Depois de anunciar que deixaria o PSB por solidariedade ao filho, Hervázio Bezerra mudou de tom após ouvir a entrevista de João Azevêdo.

Chamou a fala do governador de “elegante” e afirmou que fica por enquanto.

Um recuo pensado, típico de quem busca preservar espaço sem fechar portas.

5. Postagem que cobra preço

Ao bater duro no governo em suas redes sociais – numa postagem que viralizou ao afirmar que o Planalto “escolheu o lado errado” no PL Antifacção – Hugo Motta deu um passo que pode custar politicamente.

O gesto o distancia do apoio que ele sempre buscou para a candidatura do pai, Nabor Wanderley, ao Senado.

É confronto que fortalece seu discurso, mas encurta a ponte com os eleitores de Lula.

6. Fortalecimento involuntário

Sem fazer nenhum movimento público, Efraim Filho tornou-se o grande beneficiado da rodada política.

Foi citado como preferência do prefeito de Campina Grande, como potencial nome certo num eventual segundo turno e como figura central da oposição.

Enquanto os outros explicavam seus passos, Efraim cresceu pelo que não disse.

7. O convite do MDB

Depois da apoteótica festa de filiação de Cícero Lucena, Veneziano Vital do Rêgo abriu espaço para um novo gesto político: convidou Léo Bezerra a se filiar ao MDB.

O gesto tem dupla função:

— acolher um aliado fragilizado pelo episódio com João Azevêdo;

— e, ao mesmo tempo, reforçar o eixo político de Cícero Lucena dentro do MDB.

É uma movimentação que agrada o prefeito, incomoda setores do PSB e reabre portas para recomposições até a convenção.

Com esses sete movimentos, a política paraibana deixa claro que a sucessão de 2026 já está em curso. A disputa ainda não começou oficialmente, mas o relógio político corre mais rápido do que o calendário. Quem souber se mover agora larga na frente quando os 318 dias restantes finalmente zerarem.

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