sábado, 6 de dezembro de 2025
Saiba tudo o que aconteceu até agora na CPMI do INSS
21/09/2025 06:17
Redação ON Reprodução

A CPMI do INSS já coleciona revelações que mostram a profundidade do esquema de fraudes envolvendo aposentados e servidores. O mais recente episódio expôs a ligação direta entre figuras do Congresso e operadores da chamada Farra do INSS.

Homem de confiança do senador Weverton (PDT-MA), o empresário Gustavo Marques Gaspar deu plenos poderes ao consultor Rubens Oliveira Costa, apontado pela Polícia Federal como o “carregador de mala” do lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS. A procuração, registrada em março deste ano, autorizava Rubens a movimentar contas da empresa de Gaspar, a GM Gestão Ltda., incluindo saques, transferências e até assinatura de contratos. Pouco tempo depois, a PF deflagrou a Operação Sem Desconto, que levou o caso ao Supremo Tribunal Federal por envolver políticos com foro privilegiado.

Gaspar não é um personagem qualquer: foi assessor de Weverton no Senado por quatro anos, com salário de R$ 17,2 mil, até ser exonerado após denúncia de que atuava como funcionário fantasma. Já Rubens Oliveira aparece nos inquéritos como peça-chave do esquema, descrito como intermediário do Careca do INSS, responsável por transportar propinas e facilitar transações.

O senador Weverton, por sua vez, admitiu que recebeu o lobista em seu gabinete, embora afirme que a pauta era o mercado de cannabis, setor no qual Antonio Antunes tem empresa. O caso se agravou quando veio à tona que o senador indicou André Fidelis para a diretoria de benefícios do INSS — cargo citado pela própria PF como central para o avanço das fraudes. A indicação foi confirmada à CPMI pelo ex-ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT).

A defesa de Rubens Oliveira nega qualquer envolvimento com propinas e alega que a relação com Gaspar se limitou a uma consultoria empresarial de curto prazo. Já o senador e seu ex-assessor optaram pelo silêncio. Enquanto isso, a CPMI continua a reunir documentos e depoimentos que reforçam a suspeita de que o esquema alcançou não apenas lobistas e servidores, mas também autoridades políticas.

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