sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
PT segue “em cima do muro” enquanto cresce o assédio pelo seu palanque em 2026
05/12/2025 11:51
Redação ON Reprodução

O Partido dos Trabalhadores da Paraíba vive um momento curioso e, ao mesmo tempo, estratégico. Cortejado quase diariamente pelo grupo do governador João Azevêdo e pelo prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, o PT tornou-se peça central na disputa pelo palanque de 2026. E, mesmo sob intensa pressão política, o partido segue, de forma calculada e respeitosa, em cima do muro.

Essa postura ficou ainda mais evidente nesta sexta-feira, em Brasília, onde a presidente estadual do PT, Cida Ramos, participou de reunião com os presidentes estaduais da sigla. Por convite dela, o deputado Luciano Cartaxo acompanhou o encontro como ouvinte, justamente no momento em que seu nome passou a ser especulado como possível vice na chapa de Lucas Ribeiro. Apesar da expectativa criada nos bastidores, do ponto de vista prático, não houve qualquer deliberação sobre alianças na Paraíba.

O recado vindo da direção nacional foi objetivo: o presidente Lula tem voto tanto no palanque de Cícero Lucena quanto no de Lucas Ribeiro. Na prática, isso mantém o PT livre para dialogar com todos, mas também reforça que, por ora, o partido não se comprometeu com nenhum projeto específico no estado.

Cida Ramos tratou de afastar qualquer leitura de divisão interna. Segundo ela, não há espaço para “balcanização” na legenda e todas as decisões passarão, no tempo certo, pelo diretório estadual, em consonância com a direção nacional. Não haverá movimentos isolados de parlamentares nem atalhos individuais nas negociações.

Sobre as conversas com Cícero Lucena e o senador Veneziano Vital do Rêgo, a presidente do PT confirmou que o diálogo ocorre de forma natural e permanente. Destacou ainda que o partido busca protagonismo nas discussões, mas ponderou que esse protagonismo precisa se traduzir em propostas concretas, especialmente em torno de um programa de governo que represente um pacto pela Paraíba.

Quanto às especulações envolvendo Luciano Cartaxo, Cida foi taxativa ao afirmar que não existe qualquer tratativa formal sobre indicação de nomes para compor chapas majoritárias. Segundo ela, esse debate sequer foi colocado oficialmente. Eventuais indicações, se houver, deverão ser deliberadas pelo diretório estadual.

O fato político inegável é que o PT está no centro do tabuleiro, mas ainda não se moveu. Observa, conversa, mede forças — e permanece em cima do muro. Trata-se de uma posição que, do ponto de vista estratégico, amplia seu poder de negociação, mas que, ao mesmo tempo, expõe o partido às cobranças naturais de quem disputa antecipadamente o apoio de Lula no estado.

Por ora, não há definição, não há cronograma e não há sinal claro de quando essa decisão será tomada. O PT segue sendo o partido mais assediado da pré-campanha para 2026 na Paraíba — e, com todo respeito institucional, também o que mais resiste a descer do muro.

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