Com grande júbilo, a Paróquia de Santa Ana, localizada na cidade de Alagoa Nova, no Brejo paraibano, celebrou neste domingo, 7 de setembro, seus 175 anos de criação. A missa solene foi presidida por Dom Dulcênio Fontes de Matos, Bispo Diocesano de Campina Grande, e reuniu a comunidade local em um momento de fé, gratidão e celebração pela trajetória da paróquia. A data também marca os 175 anos de Emancipação Política da cidade.
O Pároco, Padre Flávio, destacou a importância histórica e espiritual da data. Em sua fala, ressaltou que a paróquia, sob a proteção de Senhora Sant’Ana, tem sido ao longo dos anos um pilar de evangelização, mantendo viva a “fé que atravessa gerações” — lema escolhido para este jubileu paroquial.
A Celebração Eucarística contou ainda com a participação de seminaristas, religiosas, Diáconos e autoridades civis, marcando um momento significativo na vida da Igreja local e reafirmando o papel da paróquia como centro de fé e comunhão.
Criada em 5 de setembro de 1850, a Paróquia de Santa Ana é composta atualmente por 32 comunidades e já teve a passagem de 31 padres ao longo de sua história.

Homilia
Durante sua pregação, Dom Dulcênio refletiu sobre o verdadeiro sentido da vida cristã. Inspirado no Evangelho do XXIII Domingo do Tempo Comum, o bispo destacou que “ganhar a vida” é viver segundo a sabedoria divina, renunciando aos excessos do mundo e abraçando a cruz com fé.
“O que é ganhar a vida? No que difere a mentalidade de aproveitar a vida segundo os parâmetros mundanos […] de aproveitar a oportunidade da existência sobre a terra segundo os preceitos da sabedoria divina? […] para o cristão, o lema não deve ser ‘carpe diem’, mas ‘carpe vitam’, aproveite a vida! […] Isto é aproveitá-la segundo a sabedoria de Deus, de tal maneira que, aprendendo os homens o que agrada a Deus […] são salvos.”
Contrapondo o lema “Carpe diem” ao ideal cristão de “Carpe vitam”, Dom Dulcênio lembrou que a cruz não é peso inútil, mas caminho seguro de salvação. “Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo”, citou, reforçando que a verdadeira alegria nasce da entrega total a Deus.
“‘Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo. […] qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!’ (Lc 14,27.33). […] este é o caminho seguro de fazer com que a vida realmente valha a pena; […] renunciá-la, é tê-la em pouca conta para que o Senhor seja a totalidade do nosso existir. […] O caminho da nossa cruz carregada atrás de Cristo […] é comunhão com os santos.”
Ao recordar os 175 anos da paróquia, o bispo destacou a coragem e devoção que marcaram a fé do povo de Alagoa Nova. Homenageou o saudoso Monsenhor Borges e afirmou que a história religiosa local se confunde com a própria história da cidade.
“A devoção conduzida pela coragem foi um grande aspecto que fez a Freguesia se tornar o que é hoje: mais que uma cidade cheia de histórias; uma cidade que suplica à Avó de Jesus pelos ensinamentos que ultrapassavam os da sinagoga. […] Não tenho dúvidas de que o povo de Alagoa Nova é feliz pela história religiosa que, muitas vezes, se confunde com a própria história civil desta cidade no Brejo Paraibano.”
Concluindo sua homilia, Dom Dulcênio convocou os fiéis a um louvor agradecido a Deus por tantos frutos gerados ao longo desses 175 anos. Em palavras tocantes, elevou sua oração à padroeira: “Óh Santana Gloriosa, dai-nos a felicidade de contigo estar!”. A celebração foi um marco de fé, memória e esperança para todo o povo do Brejo Paraibano.
“Portanto, nesta ocasião de ação de graças, elevemos o nosso louvor a Deus por nos presentear (nestas terras brejeiras) com uma Paróquia linda guiada por Ele e tão bem cuidada pela sua avó. […] Sejam gratos pelos 175 anos desta Paróquia; ela lhes serviu como memorial decente e valioso. […] Óh Santana Gloriosa, dai-nos a felicidade de contigo estar!”