Dias antes de morrer, Papa Francisco revelou uma preocupação que agora ecoa pelos corredores do Vaticano: a possibilidade de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tentar influenciar o conclave que escolherá o novo líder da Igreja Católica.
De acordo com informações divulgadas pela GloboNews, Francisco acompanhava atentamente a movimentação política internacional e temia que pressões externas, especialmente de Trump e aliados, pudessem contaminar o processo sagrado da sucessão papal. A preocupação não era infundada: Trump chegou a declarar que o próximo Papa “não deveria causar divisões” — uma crítica velada ao pontificado de Francisco, conhecido por seu empenho em promover reformas profundas dentro da Igreja.
Francisco sabia que sua sucessão seria um momento decisivo. Lutou durante anos contra resistências internas, enfrentando acusações de heresia e suportando pressões intensas para modernizar a Igreja em temas como acolhimento de minorias, transparência financeira e renovação pastoral. Seu medo era que, após sua morte, essas reformas fossem revertidas por um Papa conservador, alinhado aos interesses de setores políticos radicais.
Quem poderá ser o próximo Papa?
Entre os nomes cotados para sucedê-lo, destaca-se o cardeal Matteo Zuppi, arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana. Diplomático, jovem (69 anos) e reformista, Zuppi é visto como um potencial “Francisco II”, capaz de dar continuidade ao legado de transformação iniciado pelo Papa argentino.
Outro nome forte é o do cardeal Pietro Parolin, atual Secretário de Estado do Vaticano, respeitado por seu perfil diplomático e capacidade de diálogo. Em um contexto de guerras e tensões internacionais, o Vaticano pode preferir uma liderança capaz de articular pontes em vez de levantar muros.
Há ainda alternativas mais conservadoras, como o cardeal húngaro Péter Erdő, e opções simbólicas que poderiam sinalizar uma nova era para a Igreja, como o cardeal africano Fridolin Ambongo Besungu, da República Democrática do Congo.
O peso da pressa e do contexto
O conclave que se aproxima será desafiador. Com cerca de 137 cardeais eleitores — um número que pode variar conforme a idade dos purpurados —, a eleição exigirá 91 ou 92 votos para alcançar os dois terços necessários. Um cenário complexo em tempos de divisão interna, crise financeira e em pleno Ano Jubilar, quando Roma se prepara para receber milhões de fiéis.
O desejo do Papa Francisco era claro: proteger o futuro da Igreja de influências externas e garantir que sua obra de renovação não fosse abandonada. Agora, cabe ao colégio de cardeais decidir se ouvirá esse último pedido silencioso.