sábado, 13 de dezembro de 2025
“Nunca pensei em fugir do País”, diz Bolsonaro após tornozeleira e toque de recolher
18/07/2025 10:54
Redação ON Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) classificou como “perseguição política” a nova operação da Polícia Federal deflagrada nesta sexta-feira (18), que o colocou sob medidas restritivas determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em entrevista à imprensa, Bolsonaro negou qualquer intenção de fugir do país: “Nunca pensei em sair do Brasil ou ir para embaixada”.

As restrições incluem o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, proibição de sair de casa entre 19h e 7h — inclusive nos fins de semana —, além de impedimentos para manter contato com outros investigados, diplomatas e de utilizar redes sociais.

Segundo Moraes, Bolsonaro teria atuado em conluio com seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), para tentar interferir em investigações em curso e desestabilizar o funcionamento das instituições brasileiras. O magistrado afirma que o ex-presidente associou publicamente sua anistia à suspensão das sanções econômicas impostas ao Brasil pelos Estados Unidos, o que, na visão do STF, representa um atentado à soberania nacional.

Durante a operação, agentes da PF apreenderam cerca de US$ 14 mil e R$ 8 mil em espécie na residência do ex-presidente, além de um pendrive escondido no banheiro. O material será analisado pela perícia.

Ao justificar as medidas, Alexandre de Moraes apontou que Bolsonaro teria, inclusive, confessado em coletiva recente uma tentativa de extorsão ao vincular o fim das tarifas americanas à concessão de anistia no Brasil. “A conduta do réu JAIR MESSIAS BOLSONARO […] é tão grave e despudorada que, na data de hoje (17/7/2025), em entrevista coletiva, sem qualquer respeito à Soberania Nacional, à Constituição Federal e à independência do Poder Judiciário, confessou sua atuação criminosa na extorsão que se pretende contra a Justiça brasileira, condicionando o fim da taxação à sua própria anistia”, escreveu o ministro.

Moraes afirma que o comportamento do ex-presidente pode se enquadrar nos crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação sobre organização criminosa e atentado à soberania nacional.

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