quinta-feira, 11 de dezembro de 2025
Nordestinos lideram percepção de prosperidade no país, aponta Sicredi/Datafolha
11/12/2025 12:13
Redação ON Reprodução

O Nordeste é a região do país onde mais pessoas se consideram plenamente prósperas: 49% dos entrevistados atribuem notas 9 ou 10 à própria prosperidade, de acordo com estudo inédito encomendado pelo Sicredi ao Datafolha.

O levantamento integra a pesquisa “O que é prosperidade para o brasileiro”, que investigou como as pessoas definem prosperidade, o quanto se consideram prósperas e como vivenciam esse sentimento no cotidiano.

A pesquisa também mostra diferenças entre áreas urbanas e interior: moradores do interior tendem a se sentir mais prósperos (43% atribuíram notas 9 e 10) do que aqueles das regiões metropolitanas (37%), o que pode refletir fatores como custo de vida, relações sociais mais próximas e sensação de pertencimento.

O gerente de pesquisa de mercado do Datafolha, Paulo Alves, destaca essas diferenças demográficas. “Entre pessoas com maior escolaridade e residentes em algumas regiões mais desenvolvidas, identifica-se um grupo insatisfeito que, apesar de apresentar nível de renda mais elevado, entende que ainda há um caminho a percorrer para atingir um patamar de prosperidade mais alto”.

O estudo identificou quatro dimensões que estruturam o conceito de prosperidade: a econômica, relacionada à qualificação profissional, conquistas, estabilidade e acesso a oportunidades; a psicológica, ligada ao bem-estar emocional, autoestima e autonomia; a espiritual, associada a crenças, práticas e propósito de vida; e a social, que envolve vínculos e vida em comunidade.

“Ao longo da pesquisa, observamos que as pessoas têm vivências muito diversas, e isso gera respostas múltiplas sobre o que é prosperidade, um conceito subjetivo. As quatro dimensões permitem analisar tendências e compreender como as pessoas pensam e agem em relação ao assunto”, acrescenta Alves.

A dimensão econômica aparece como a base mais sólida (com peso de 39%), seguida pela psicológica (26%), espiritual (21%) e social (14%). “Esses dados mostram que, embora a prosperidade seja ampla, ainda é fortemente associada a questões econômicas. Mas o dinheiro é visto como um meio, e não um fim. É a base para sustentar outros aspectos relevantes, criando condições para que as demais dimensões também se desenvolvam”, salienta o especialista do Datafolha.

No cenário nacional, 47% afirmam prosperar “com dificuldade”, mencionando esforço para “chegar ao fim do mês”, insegurança no trabalho e desigualdade no acesso a bens e serviços. Ainda assim, 41% se consideram muito prósperos, e 40% se veem em um patamar intermediário.

Prosperidade e as instituições financeiras

A pesquisa também analisou a relação entre instituições financeiras e prosperidade. A etapa qualitativa mostrou que, para grande parte da população das classes mais baixas, essa relação é marcada por distância, desconfiança e experiências negativas, enquanto nas classes AB há maior organização, ainda que com receio diante da instabilidade econômica.

Para muitos brasileiros que utilizam apenas a conta corrente para operações básicas, como transferências, a relação com a instituição financeira tende a ser limitada – e, consequentemente, a percepção de prosperidade também é menor. Já entre aqueles que se consideram mais prósperos, observa-se um uso mais amplo do sistema financeiro: esse grupo utiliza, em média, 4,6 produtos financeiros, incluindo investimentos, seguros, consórcios e outras soluções que ampliam a capacidade de planejamento e realização de objetivos.

Nesse sentido, o modelo cooperativo se destaca: 86% dos que se relacionam com cooperativas de crédito se consideram prósperos, índice que chega a 92% entre associados do Sicredi. “Os resultados mostram que prosperidade não é apenas sobre renda, mas também sobre acesso e orientação financeira”, afirma Alexandre Barbosa, diretor-executivo de Estratégia, Sustentabilidade, Administração e Finanças do Sicredi.

“Quando as pessoas encontram instituições que oferecem proximidade, confiança e soluções adequadas, elas se sentem mais seguras para planejar e realizar seus objetivos”, completa Barbosa.

A pesquisa foi realizada em duas etapas: qualitativa, com pesquisa teórica e grupos focais nas cinco regiões, com participantes das classes ABC; e quantitativa, com 2.003 entrevistas em 113 cidades de 25 estados, entre 8 e 17 de setembro de 2025, margem de erro de 2 pontos percentuais e 95% de confiança.

“Mais do que um estudo, este é um passo para mensurar e ampliar nosso compromisso com o tema, alinhando nossas ações às expectativas das pessoas e ao futuro que queremos construir”, conclui Alexandre Barbosa

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