O ex-deputado federal pela Paraíba, Evaldo Gonçalves, 91 anos, morreu neste sábado, dia 18, num hospital particular em João Pessoa, onde estava internado. Ainda não foram divulgadas informações sobre o velório e o enterro.

A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) e o governador João Azêvedo emitiram nota de pesar pelo falecimento do ex-parlamentar que foi também presidente da Casa de Epitácio Pessoa e ex-chefe da Casa Civil e da Secretária de Administração do Governo do Estado durante o Governo de Ernani Sátyiro.

Evaldo Gonçalves, nascido em 15 de junho de 1933, em São João do Cariri, Paraíba, destacou-se como um político influente e um prolífico membro da Academia Paraibana de Letras. Filho de José Gonçalves de Queirós e Felismina Maria de Queirós, Evaldo construiu uma sólida trajetória acadêmica, graduando-se simultaneamente em Direito pela UFPB e em Filosofia, História e Geografia pela UPE entre 1954 e 1958.

Durante esse período, já se destacava no cenário público, assumindo o cargo de secretário municipal de educação em Campina Grande e se filiando ao Partido Social Progressista (PSP), o que lhe garantiu a eleição como vereador.

A carreira de Evaldo Gonçalves foi marcada por uma ascensão constante na política e na administração pública. Em 1960, tornou-se consultor jurídico do Serviço Nacional de Assistência aos Municípios (Senam) e, no ano seguinte, assumiu como promotor público em Campina Grande e Pocinhos. Ele também teve papel crucial no governo de Ernâni Sátiro, onde ocupou o cargo de secretário estadual de Administração e, posteriormente, chefe da Casa Civil.

Eleito deputado estadual em 1974, destacou-se como presidente da Assembleia Legislativa (1979-80 e 1985-86), contribuindo significativamente para a política paraibana até sua eleição como deputado federal pelo PFL, participando ativamente da constituinte. Além de sua trajetória política, Evaldo publicou diversas obras literárias, como “Convivência e Participação” e “A hora é esta! O Nordeste não pode mais esperar”, que refletem sua visão política e seu compromisso com a cultura e o desenvolvimento do Nordeste.

O ex-deputado federal publicou vários livros com artigos de sua autoria.

Testemunha ocular
Evaldo Gonçalves também era uma das duas pessoas que estavam com o ex-governador Tarcísio de Miranda Burity quando este sofreu um atentado a tiros de autoria do, à época, governador Ronaldo Cunha Lima, no Restaurante Gulliver, em João Pessoa. O outro presente ao ataque foi o ex-superintendente dos Diários Associados na Paraíba, Marcondes Góes.

Foram Evaldo Gonçalves e Marcondes Góes que socorreram Burity para o Hospital Samaritano, após ele ser ferido com um tiro na mão e outro na boca. Um terceiro disparo atingiu a parede do restaurante próxima à mesa onde eles almoçavam.

Da redação do ON com informações da ALPB
Foto: Ascom/ALPB/Divulgação