Mario Vargas Llosa, renomado escritor peruano e Prêmio Nobel de Literatura em 2010, faleceu neste domingo, 13 de abril de 2025, aos 89 anos, em Lima. A notícia foi confirmada por seus filhos, que informaram que não haverá cerimônia pública de despedida. Eles destacaram que o autor teve “uma vida longa, múltipla e frutífera” e deixa uma obra que o sobreviverá. 
A morte de Vargas Llosa provocou uma onda de homenagens em todo o mundo hispânico. O Ministério da Cultura da Espanha ressaltou que ele foi “um dos maiores autores do boom latino-americano e referência da literatura em espanhol no último século”. A Real Academia Espanhola lamentou a perda de seu acadêmico de número, enquanto a Fundação Gabo, criada por seu antigo rival Gabriel García Márquez, também expressou pesar pela morte do mestre da narrativa em espanhol. 
Na política, o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, agradeceu a Vargas Llosa por “tantos livros-chave para entender nosso tempo”. A presidente da Comunidade de Madri, Isabel Díaz Ayuso, descreveu-o como “um homem generoso e livre”. O líder do Partido Popular, Alberto Núñez Feijóo, destacou sua “voz nítida em defesa das ideias liberais”. 
Vargas Llosa teve uma trajetória política marcante, transitando do marxismo juvenil ao liberalismo convicto. Inicialmente simpatizante da Revolução Cubana, rompeu com a esquerda após o caso do poeta Heberto Padilla, que evidenciou o autoritarismo do regime de Fidel Castro. Em 1990, candidatou-se à presidência do Peru com um discurso liberal, defendendo a redução do Estado e o livre mercado, mas foi derrotado por Alberto Fujimori. Apesar da derrota, continuou ativo politicamente, apoiando figuras como Keiko Fujimori, Jair Bolsonaro, José Antonio Kast e Javier Milei. 
Apesar de suas incursões na política, a verdadeira paixão de Vargas Llosa sempre foi a literatura. Autor de obras como “A Cidade e os Cachorros”, “Conversa na Catedral” e “A Guerra do Fim do Mundo”, ele continuou escrevendo e lendo até o fim da vida. Em seus momentos de descanso, encontrava nos livros um refúgio contra o tumulto do mundo exterior. 
Mario Vargas Llosa deixa um legado literário e intelectual que continuará a influenciar gerações futuras.