• Redação ON

A poucos dias da eleição para a escolha das presidências da Câmara e do Senado, a Folha de S. Paulo voltou a desenterrar neste domingo (19) denúncias antigas que poderiam atingir a candidatura do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), numa nítida “má vontade” contra o paraibano, como alias já alertamos aqui em O Norte Online

O jornal relembra que, em sua fracassada tentativa de fechar um acordo de delação na Operação Lava Jato, o ex-deputado Eduardo Cunha afirmou ter comprado votos para tentar eleger Hugo Motta à liderança do então PMDB (atual MDB) na Câmara em 2016.

As alegações feitas por Cunha em sua tentativa fracassada de delação premiada incluíam relatos de pagamento de R$ 3 milhões para influenciar a eleição de Hugo Motta à liderança do PMDB, um esforço que não se concretizou, já que Leonardo Picciani venceu a disputa. Embora Cunha tenha afirmado que os recursos teriam vindo do empresário Joesley Batista e sido distribuídos entre deputados aliados, essas acusações foram amplamente desmentidas pelos supostos beneficiários, e o próprio acordo de delação não avançou devido à falta de profundidade e comprovação nos relatos.

A ausência de manifestação oficial de Hugo Motta e Joesley Batista sobre essas acusações, até o momento, contribui para alimentar questionamentos. No entanto, é importante destacar que as alegações de Cunha não resultaram em investigação formal contra Motta e tampouco foram corroboradas por outras evidências além dos relatos do ex-deputado. Isso reforça a visão de que essas acusações podem ser mais um elemento de especulação política do que um fato juridicamente sólido.

Essa reemergência de episódios ligados ao passado de Motta ocorre em um contexto político altamente competitivo e polarizado. Como favorito para assumir a presidência da Câmara, ele se torna alvo de intensas críticas e tentativas de deslegitimação, comuns em disputas de alto nível político. A associação com Cunha e as menções à Lava Jato são usadas como munição política, mesmo que as acusações não tenham sustentação jurídica concreta.

No cenário atual, é essencial separar acusações infundadas de questões legítimas de governabilidade e liderança. Apesar da carga simbólica dessas denúncias, Hugo Motta tem demonstrado força política e construído alianças importantes, especialmente após sua filiação ao Republicanos. No entanto, como acontece com qualquer figura pública em ascensão, seu passado será constantemente revisitado, especialmente por aqueles que buscam enfraquecê-lo politicamente.