As manifestações realizadas neste domingo (14) contra o projeto de lei da dosimetria levaram milhares de pessoas às ruas em duas das principais praças políticas do país — a Avenida Paulista, em São Paulo, e a orla de Copacabana, no Rio de Janeiro. Embora tenham sido atos expressivos e bem organizados, os números indicam uma mobilização menor do que a registrada em setembro, quando protestos semelhantes atingiram públicos significativamente mais elevados.
Na Avenida Paulista, o protesto reuniu cerca de 13,7 mil pessoas em seu momento de maior concentração, segundo estimativa do Monitor do Debate Político em parceria com a ONG More in Common. A contagem foi feita com base em imagens aéreas analisadas por software, com margem de erro de 12%, o que projeta um público entre 12,1 mil e 15,4 mil manifestantes.
Já no Rio de Janeiro, o ato realizado em Copacabana, batizado de “Ato Musical / Congresso Inimigo do Povo”, alcançou um público maior. No pico da manifestação, às 17h, foram contabilizadas 18,9 mil pessoas, também segundo o Monitor do Debate Político e a ONG More in Common. A margem de erro de 12% aponta um intervalo entre 16,7 mil e 21,2 mil participantes. Para a estimativa, foram analisadas seis imagens aéreas do horário de maior concentração, extraídas de um total de 143 fotos feitas ao longo do dia, em nove horários diferentes.
A comparação com os atos de setembro evidencia a queda na mobilização. Naquele mês, uma manifestação contra a chamada PEC da Blindagem reuniu cerca de 42 mil pessoas na Avenida Paulista. Em Copacabana, levantamento feito na mesma ocasião apontou um público de aproximadamente 41,8 mil manifestantes.
Apesar da redução nos números, os atos deste domingo reforçaram a continuidade da mobilização contra o projeto de lei da dosimetria, que altera critérios de aplicação de penas e é visto por críticos como um caminho para reduzir punições impostas aos condenados pelos atos de 8 de janeiro.