O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tiveram nesta segunda-feira (6/10) sua primeira conversa oficial desde que o republicano voltou à Casa Branca. O encontro, realizado por videoconferência, marcou o início das negociações para revisar o tarifaço de até 50% imposto a produtos brasileiros.

Participaram da videoconferência o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação). O diálogo foi considerado “positivo” por Haddad, que adiantou que a Fazenda divulgará ainda hoje uma nota detalhando os próximos passos.

Do encontro casual à negociação formal

A reunião virtual havia sido combinada durante uma breve troca de palavras entre os dois líderes, no final de setembro, em Nova York, por ocasião da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). Segundo assessores que acompanharam o momento, a conversa rápida foi suficiente para que ambos demonstrassem interesse em tratar das tarifas impostas por Washington a produtos brasileiros.

Na ocasião, Trump chegou a dizer que teve “boa química” com Lula e que “havia espaço para um novo começo” entre os dois países. O brasileiro respondeu que “o comércio precisa ser justo para ambos os lados”.

Sinais de distensão

A Casa Branca, pressionada por setores industriais que dependem de insumos brasileiros, já havia sinalizado a disposição de rever parte das sobretaxas aplicadas ainda em 2024. Do lado brasileiro, o Planalto aposta na diplomacia econômica para reconstruir pontes com o novo governo norte-americano e abrir espaço para a ampliação de exportações de aço, etanol e produtos agrícolas.

Embora seja cedo para falar em acordo, fontes dos dois governos afirmam que o tom da conversa foi “cordial e objetivo”. A expectativa agora é por uma reunião presencial entre Lula e Trump em Washington, possivelmente em novembro, para avançar nas tratativas.