sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Lula e Trump devem se encontrar na Malásia para tentar destravar negociações comerciais entre Brasil e EUA
22/10/2025 06:50
Redação ON Reprodução

Um encontro inédito entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o americano Donald Trump está sendo preparado para domingo (26), durante a cúpula da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático), na Malásia. A reunião — ainda não confirmada oficialmente pela Casa Branca — é tratada com reserva por diplomatas brasileiros, mas as duas partes trabalham discretamente para que ela aconteça.

Lula embarcou na manhã desta terça-feira (21) para a Ásia, e tanto ele quanto Trump participarão do encontro internacional, que ocorre de 26 a 28 de outubro. O local neutro agrada às equipes dos dois presidentes, já que evita a exposição de uma visita à Casa Branca — algo visto com cautela pelo Itamaraty, que teme eventuais constrangimentos públicos, típicos do estilo imprevisível de Trump diante das câmeras.

O diálogo entre os dois ganhou força após um breve encontro na Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, no mês passado. Desde então, aliados de Lula e interlocutores americanos vêm defendendo uma conversa mais longa e objetiva, em território neutro, para tentar destravar negociações comerciais que ficaram congeladas nos últimos anos.

A expectativa é que o encontro sirva como um gesto político de aproximação, ainda que não haja anúncio concreto sobre a redução das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.

O tom mais conciliador já começou a aparecer nas últimas semanas. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reuniu-se com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, dando início a uma nova rodada de tratativas sobre comércio bilateral. Segundo fontes dos dois lados, a conversa foi considerada positiva, e ambos os governos divulgaram um comunicado conjunto falando em “conversas produtivas e construtivas”.

Para integrantes do governo brasileiro, o fato de o texto não mencionar temas políticos — como decisões do STF e condenações de Jair Bolsonaro, frequentemente citadas por membros do governo Trump — é um sinal de que há interesse real em separar as questões econômicas das disputas ideológicas.

Se o encontro entre Lula e Trump se confirmar, será o primeiro gesto concreto de reaproximação entre Brasília e Washington sob a nova configuração de poder americana. Um encontro improvável até pouco tempo atrás, mas que pode marcar o início de uma nova fase nas relações entre os dois países.

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