O deputado paraibano Padre Luiz Couto (PT) se posicionou nesta quarta-feira (29) sobre a chacina que deixou dezenas de mortos em comunidades do Rio de Janeiro. Integrante da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, o parlamentar participou de uma reunião em Brasília com a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, e com deputados do PT e do PSOL, para discutir o episódio que ele classificou como “afronta à dignidade humana”.
“É preciso cumprir as leis dentro dos limites do Estado Democrático de Direito, garantindo que a segurança pública não se transforme em política de extermínio”, afirmou Couto, destacando que “nas comunidades vivem trabalhadores, mães e crianças que merecem respeito, proteção e oportunidades — não o medo e a violência”.
O massacre e as versões em disputa
A operação policial, considerada a mais letal da história fluminense, gerou uma onda de reações políticas. De um lado, aliados do governador Cláudio Castro (PL) defendem a ação, afirmando que a polícia apenas reagiu a criminosos armados e que o Estado não pode se curvar ao poder do tráfico. De outro, parlamentares e ativistas de direitos humanos acusam o governo fluminense de ter ultrapassado todos os limites legais e morais ao promover uma ação sem controle e sem transparência.
A crise expôs mais uma vez o choque entre duas narrativas: a que justifica a violência como resposta à criminalidade e a que exige do Estado o respeito às garantias constitucionais. No meio dessa disputa, o governo Lula tenta equilibrar o discurso — condenando o massacre, mas evitando transformar o tema em novo ponto de atrito com os governadores e as forças policiais.
Enquanto as investigações ainda tentam dimensionar o número real de mortos, a fala de Luiz Couto ressoa como um chamado para que o país volte a discutir o essencial: a segurança pública deve defender a vida, e não multiplicar a morte.