Pouco antes de o mundo saber que os Estados Unidos estavam bombardeando alvos dos Houthis no Iêmen, Jeffrey Goldberg, editor-chefe da The Atlantic, já sabia. E não por causa de uma fonte anônima ou documento vazado — ele simplesmente recebeu uma mensagem de texto com os planos detalhados do ataque, enviada acidentalmente por líderes do governo Trump.
A mensagem foi enviada via Signal, um aplicativo criptografado, por ninguém menos que Pete Hegseth, secretário de Defesa, e incluía horários, alvos e armamentos específicos da operação. Goldberg foi inserido, sem querer, em um grupo reservado a altos membros do comitê de segurança nacional, com nomes como JD Vance, Tulsi Gabbard, Marco Rubio e outros oficiais de primeira linha do governo.
O grupo foi criado para coordenar a resposta militar aos Houthis, milícia iemenita apoiada pelo Irã que havia atacado Israel e embarcações internacionais após a invasão do Hamas ao sul de Israel, em outubro de 2023.
Desconfiado, o jornalista chegou a pensar que poderia se tratar de um golpe ou uma armadilha digital. Mas as mensagens continuaram — e os bombardeios começaram, exatamente como o “plano” previa.
Segundo Goldberg, o fato de líderes de alto escalão estarem usando um aplicativo comercial para discutir ações militares delicadas, incluindo a inserção acidental de um jornalista, levanta sérias dúvidas sobre a segurança e o profissionalismo da atual administração. O episódio revela um nível alarmante de improviso e risco em decisões militares de alto impacto.