sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Irmão de Lula troca acusações com portal paraibano após reportagem sobre sindicato
27/11/2025 07:59
Redação ON Reprodução

O irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, José Ferreira da Silva — conhecido como Frei Chico — protagonizou um embate público com o Portal Informa Paraíba após a publicação de uma reportagem sobre contratos e pagamentos realizados pelo Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), entidade da qual ele é vice-presidente.

O conflito ganhou novo capítulo no dia 26 de novembro, quando o jornalista Roberto Tomé recebeu uma notificação extrajudicial do Sindnapi pedindo direito de resposta com base na Lei 13.188/2015. A notificação se referia a uma matéria publicada em 3 de outubro de 2025, na qual o portal apontava pagamentos que somariam R$ 8,2 milhões a empresas vinculadas a familiares de dirigentes do sindicato.

Segundo o portal, as informações da reportagem se basearam em documentos da CPMI do INSS e em relatórios de inteligência financeira do Coaf. Esses documentos indicariam, entre 2019 e 2025, repasses de R$ 3,1 milhões ao escritório de um advogado genro de um ex-presidente da entidade; R$ 2,7 milhões à Gestora Eficiente Ltda., empresa ligada à esposa do atual presidente do sindicato, Milton Batista; e R$ 2,2 milhões à Esférica Assessoria, pertencente ao cunhado da coordenadora jurídica do Sindnapi.

Após receber o pedido de retratação, o jornalista comunicou que publicaria a nota de defesa elaborada pelo sindicato, mas também encaminhou a notificação e sua resposta ao presidente da CPMI, senador Carlos Viana, e ao relator, deputado Alfredo Gaspar. Segundo Tomé, o objetivo foi informar à comissão que os documentos citados pela reportagem estavam sendo contestados pela diretoria da entidade.

Na manifestação enviada ao portal, o Sindnapi afirmou que os valores apresentados na matéria estariam “artificializados” por reunirem despesas acumuladas de vários anos, incluindo folha de pagamento, tributos e programas sociais da entidade, como o Viver Melhor. A defesa também alegou que houve vazamento criminoso de dados bancários e que as informações divulgadas estariam sendo interpretadas de forma distorcida, reforçando que o sindicato disponibiliza auditorias e balancetes às autoridades competentes.

Em nota, o jornalista declarou que respeita o direito de resposta previsto em lei, mas que mantém a posição de que as informações divulgadas têm interesse público e se baseiam em documentos oficiais.

As versões apresentadas por ambas as partes já estão em posse dos integrantes da CPMI, que investiga possíveis irregularidades envolvendo o INSS e entidades relacionadas ao sistema previdenciário.

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