O Ministério Público Federal decidiu endurecer contra o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Como revelou Tasso Lorran, colunista do Metrópoles, o MPF entende que há indícios de eventual dano ao erário na contratação da fisioterapeuta Gabriela Pagidis, apontada como funcionária fantasma do gabinete do deputado por oito anos. A remuneração ultrapassa R$ 807 mil, e mesmo após a exoneração dela — em julho — o órgão sustenta que o possível prejuízo precisa ser apurado e, se comprovado, ressarcido. A ação popular segue tramitando, e o MPF opinou formalmente pela continuidade do processo.
É nesse ambiente de superexposição — da maior cadeira da Câmara — que Hugo Motta vive sua fase de maior influência nacional. Essa vitrine tem efeitos diretos na Paraíba: é justamente esse prestígio que viabiliza a pretensão do pai dele, Nabor Wanderley, de compor como candidato ao Senado na chapa do governador João Azevêdo em 2026. Se fosse apenas Nabor, sem o peso institucional do filho, essa postulação seria inviável — não se discutiria sequer.
Mas a vitrine que entrega bônus, entrega também ônus.
Quando um político ascende nacionalmente, ganha alcance, ganha poder de agenda — e ganha também uma lupa permanente sobre cada movimento. A mesma visibilidade que projeta o pai ao Senado amplia o desgaste quando surgem denúncias na esfera judicial. Hugo Motta está vivendo simultaneamente as duas faces: prestígio máximo e risco máximo.
É o jogo da luz.
E o preço da vitrine.