O campo da direita vive dias de tensão. O ex-presidente Jair Bolsonaro teria batido o martelo: o nome escolhido para disputar a Presidência em 2026 é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O encontro definitivo entre os dois já tem data: 29 de setembro, das 9h às 18h, quando Tarcísio visitará Bolsonaro em Brasília, em agenda autorizada pelo Supremo Tribunal Federal. Nos bastidores, a reunião é tratada como o momento do “prego batido, ponta virada” para oficializar o apoio.
A decisão, costurada com dirigentes do PP e do União Brasil, encheu Tarcísio de confiança para planejar os próximos passos rumo ao Planalto. Há, no entanto, divergências sobre o calendário. Um grupo defende que o anúncio seja feito apenas em dezembro ou janeiro, para reduzir críticas de que o governador estaria usando São Paulo como trampolim eleitoral. Mas a palavra final é de Bolsonaro, e sua imprevisibilidade mantém a tensão no ar.
Enquanto isso, um novo obstáculo se apresenta: Eduardo Bolsonaro. O filho do ex-presidente, em declarações feitas nos Estados Unidos, afirmou que será o candidato da direita caso o pai não entre na disputa. A fala expõe um racha familiar e político. Eduardo não apenas desafia a escolha de Tarcísio, como também esbarra em um impasse jurídico: se desembarcar no Brasil, será preso imediatamente pela Polícia Federal, em razão de processos que correm contra ele.
Resta a dúvida: qual é o plano de Eduardo para voltar ao país, se candidatar e tentar impedir a consolidação de Tarcísio como nome único da direita? A resposta, até agora, não existe. O certo é que o bolsonarismo enfrenta um dilema inédito: dividir forças entre o herdeiro político do ex-presidente e o governador paulista que já conta com apoio formal da estrutura partidária.